Paulo Moura - 01/11/2019 08h49 | atualizado em 01/11/2019 08h54

Fabiano Migueis, advogado da deputada federal Flordelis, avisou a parlamentar de que aconteceria uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ela na véspera do fato. A mensagem em que o profissional avisava Flordelis foi encontrada no celular dela, apreendido durante a ação policial citada que aconteceu no dia 17 de setembro. A informação foi divulgada pelo jornal Extra.

Segundo a publicação, as informações estão presentes no inquérito da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). A mensagem de alerta foi enviada para Flordelis às 23h18 do dia 16 de setembro e os mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela polícia na manhã seguinte.

No dia 17 de setembro, os agentes foram na casa da deputada em Niterói, no apartamento funcional em Brasília e no gabinete parlamentar no Rio de Janeiro. Nos locais, a polícia apreendeu celulares de Flordelis, das netas Lorrane e Rayane, além de um computador que era do pastor Anderson.

Procurado, Fabiano Migueis afirmou que não poderia comentar sobre as mensagens, já que o processo está em segredo de Justiça. Entretanto, disse que não houve prejuízo para a operação da Polícia já que o celular da parlamentar foi apreendido.

O CASO
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado na madrugada do último dia 16 de junho, na garagem de casa, em Pendotiba, Niterói (RJ). O laudo mostrou 30 perfurações pelo corpo, a maior parte nas costas, peito e região da virilha. Anderson era casado há 25 anos com Flordelis, pastora e deputada federal pelo Rio de Janeiro. Sempre ao lado da esposa, ele atuava como secretário-geral do PSD no Estado.

Dois filhos da pastora, Lucas dos Santos, de 18 anos, e Flávio dos Santos, de 38, estão presos desde o dia 17 de junho, um dia após o crime. Eles foram indiciados pela morte do pastor. O mais velho assumiu ter efetuado seis tiros. Lucas teria ajudado comprando a arma, mas não estaria em casa no momento dos disparos. Os agentes ainda estão investigando os pontos contraditórios.

Um terceiro filho teria afirmado, em depoimento, que não ouviu discussão, barulho de carro ou moto em fuga. Que quando chegou na cena do crime encontrou o irmão Flávio próximo ao pai, caído. Ele garantiu ainda que o celular de Anderson, que está sumido, foi entregue a Flordelis.

Ainda em depoimento, o filho disse que o pastor já recebeu uma mensagem com ameaça de morte e uma das irmãs ofereceu R$ 10 mil a Lucas para que cometesse o crime. Flordelis e três filhas já teriam colocado remédios na comida de Anderson, por isso, sua saúde estava debilitada.

A mãe de Anderson do Carmo, Maria Edna do Carmo, acredita no envolvimento da nora, Flordelis, na morte do pastor. A irmã de Anderson, Michele do Carmo, que recentemente morreu em decorrência de uma anemia, também acreditava que a deputada havia sido a mandante do crime.

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