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Advogado de filho de Flordelis: Polícia pode ter plantado arma

Defensor de Flávio dos Santos questiona protocolos da investigação

Gabriela Doria - 26/06/2019 15h45 | atualizado em 26/06/2019 19h16

Filho de Flordelis, Flávio dos Santos Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo

O advogado Maurício Eduardo Mayr, defensor de Flávio dos Santos, filho de Flordelis que confessou ter dado seis tiros no pastor Anderson do Carmo, sugeriu que a arma encontrada no quarto de seu cliente pode ter sido plantada pela Polícia Civil.

– Essa questão da arma está sendo apurada de como chegou ao local. A polícia fez duas buscas e apreensões antes no local e não encontrou arma. Os policias são pessoas muito investigativas e perspicazes e teriam achado essa arma num primeiro momento. Não acharam o celular, mas acharam a arma dois dias depois. Pode ter sido plantada? Pode. Podia estar lá e eles não terem achado? Podia. Mas a busca e apreensão não foi acompanhada por ninguém da família. O que eu ouvi dos irmãos do Flávio é que eles esvaziaram a casa e ninguém da família acompanhou – afirmou o advogado.

Mayr também questionou o andamento das investigações e os protocolos adotados pela polícia com as evidências.

– Um policial aparece na gravação segurando a arma sem luvas e depois repassa para o outro que estava sem proteção. E depois um perito manuseia a arma também sem luvas. Afinal, quantas digitais tem essa arma? – questionou.

O defensor de Flávio visitou o cliente por volta das 13h30 desta quarta-feira (26) na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI). Ele reafirmou que o filho de Flordelis está em situação insalubre na delegacia.

– Falei com o Flávio e ele está debilitado, mal alimentado, não tem banho de sol. Isso não cabe dizer se ele é inocente ou não. Só queremos que ele seja transferido, pois ele não está sendo bem tratado. Os cachorros da delegacia estão mais bem tratados que o meu cliente – apontou.

Mayr ainda denunciou que a polícia fez buscas e apreensões na casa de Flordelis enquanto a deputada dava uma entrevista coletiva.

– Ontem, fizeram buscas e apreensões na casa dela para recolher celulares e outros objetos. No momento que os filhos prestavam depoimento [na última segunda-feira], um filho entregou o celular. Não sabemos se essa ida foi munida de mandado ou não. Rechaçamos isso – disse.

O CASO
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado na madrugada do domingo (16) na garagem de casa, em Pendotiba, Niterói (RJ). O laudo mostrou 30 perfurações pelo corpo, a maior parte nas costas, peito e região da virilha. Anderson era casado há 25 anos com Flordelis, pastora e deputada federal pelo Rio de Janeiro. Sempre ao lado da esposa, ele atuava como secretário-geral do PSD no Estado.

Dois filhos da pastora estão presos preventivamente, Lucas dos Santos, de 18 anos, e Flávio dos Santos Rodrigues, de 38 anos. O mais velho assumiu ter efetuado seis tiros. Lucas teria ajudado comprando a arma, mas não estaria em casa no momento dos disparos. Os agentes ainda estão investigando os pontos contraditórios.

Um terceiro filho teria afirmado, em depoimento, que não ouviu discussão, barulho de carro ou moto em fuga. Que quando chegou na cena do crime encontrou o irmão Flávio próximo ao pai, caído. Ele garantiu ainda que o celular de Anderson, que está sumido, foi entregue a Flordelis.

Ainda em depoimento, o filho disse que o pastor já recebeu uma mensagem com ameaça de morte e uma das irmãs ofereceu R$ 10 mil a Lucas para que cometesse o crime. Flordelis e três filhas já teriam colocado remédios na comida de Anderson, por isso, sua saúde estava debilitada.

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