Gabriela Doria - 08/06/2019 16h32 | atualizado em 08/06/2019 16h57

A advogada Maíra Fernandes despertou a ira de grupos feministas ao assumir a defesa do jogador Neymar, que é acusado de estupro. Maíra, que se dedica a causas relacionadas aos direitos humanos e às mulheres, foi expulsa do Comitê da América Latina e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem).

Nesta sexta-feira (7), a advogada publicou um texto explicando o que a levou a pegar o caso.

– Fui procurada para defender o jogador Neymar Jr. por dois advogados que muito admiro e que sempre foram muito próximos da causa feminista, Davi Tangerino e Salo de Carvalho. Pedi para analisar os autos e me convenci, absolutamente, de que se trata de uma falsa acusação de estupro – escreveu.

Maíra ainda disse que seu trabalho na defesa das mulheres fez com que ela estudasse o caso antes de assumi-lo.

– De modo geral, a advocacia criminal prescinde desse tipo de análise, por amor ao direito de defesa. Mas, no meu caso, pela minha trajetória como feminista, na defesa dos direitos das mulheres, essa análise era importante. Espero poder, ao lado dos demais colegas, contribuir para provar a inocência de um rapaz que, famoso ou não, não cometeu o crime imputado a ele – disse a advogada.

Nas redes sociais, a expulsão de Maíra da entidade feminista gerou repúdio. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) apontou os prejuízos causados pelo “feminismo radical”.

– O feminismo radical e cego expulsou uma advogada de um órgão que presume-se defender as mulheres pelo fato dela aceitar defender Neymar no tribunal. É preciso saber nominalmente quem fez isto. Importante ressaltar ainda que essa visão radical e doentia existe em vários outros organismos internacionais e busca se apropriar de bandeiras femininas, ambientalistas, sociais e etc. – declarou Eduardo.

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