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A luta dos que não se cansam de ajudar em Brumadinho

Pleno.News acompanha rotina da igreja que abriu lavanderia para ajudar bombeiros na região

Virgínia Martin e Rafael Ramos - 12/02/2019 18h50 | atualizado em 14/02/2019 12h42

Localizada em Brumadinho, a Primeira Igreja Batista da cidade ficou conhecida por ter montado uma lavanderia para ajudar os bombeiros que auxiliam no resgate das vítimas da tragédia com a quebra da barragem da mineradora Vale.

Dirigida há quase oito anos pelo pastor João Luiz da Conceição Filho, filiada à Convenção Batista Mineira, a igreja tem recebido apoio de várias partes do país. Cerca de 50 pessoas estão dormindo no templo e um grupo com mais de 20 mulheres se divide em duas casas para ajudar nas tarefas.

– Estamos participando deste momento trágico da cidade. Além da lavanderia, vamos às casas para confortar as famílias, aos velórios e escolas. Deus tem nos abençoado e temos recebido ajuda do Brasil todo. Estamos juntando forças para fazer a diferença na sociedade e seguindo o exemplo da igreja primitiva – disse o pastor à equipe de reportagem do Pleno.News, que está em Brumadinho acompanhando o trabalho dos voluntários.

A rotina dos voluntários na lavanderia começa cedo e não tem hora certa para terminar. Em alguns dias, o trabalho segue até às cinco da manhã e precisa ser bastante detalhista.

A jornada se inicia no Córrego do Feijão, local onde a barragem se rompeu. Lá, os voluntários precisam usar roupas e equipamentos apropriados a pedido da Vigilância Sanitária para evitar contaminação.

Vestidos de bermuda e camiseta, os bombeiros entregam as roupas enlameadas em sacos onde cada peça é catalogada com o nome da pessoa, patente e a qual Corpo de Bombeiros pertence.

Devidamente identificadas, as roupas seguem em outra sacola até a igreja onde tudo é lavado e passado. Antes de devolver as roupas aos membros da corporação, cada item é verificado para não ir nada faltando. Nos primeiros dias após a tragédia, os voluntários lavaram cerca de 500 uniformes dos bombeiros.

Responsável pela entrega e recepção das roupas dos bombeiros, o voluntário Paulo Assunção, de 22 anos, da Primeira Igreja Batista em Contagem (MG) relatou que tem sido uma experiência de vida marcante e é algo do qual ele nunca vai esquecer. Apesar do momento delicado na cidade, ele tem visto “a esperança renascer em pequenos gestos”.

– O processo é bem detalhado porque a gente precisa saber o que os bombeiros estão nos entregando. A gente cadastra tudo, identifica o que está nos sacos e lacra tudo. Quando trazemos para a igreja, fazemos um outro levantamento e aí começa o processo de lavagem. Os bombeiros ficam muito alegres quando recebem tudo identificado. Além disso, dentro das bolsas é colocada uma carta enviada por crianças de vários lugares do Brasil e um exemplar do Novo Testamento.

* O Pleno.News está com equipe em Brumadinho.

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