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Rhyllary Barbosa lutou contra um dos assassinos com golpes de jiu-jítsu

Camille Dornelles - 13/03/2020 10h13 | atualizado em 13/03/2020 10h19

O ataque ao colégio Raul Brasil, na cidade de Suzano, São Paulo, recebeu a comoção de todo o Brasil no dia 13 de março de 2019. Nesta sexta-feira (13), a tragédia completa um ano. Após o massacre, que terminou com dez pessoas mortas, a escola estadual tenta se reinventar e passou por uma grande reforma que durou seis meses.

Para as famílias das vítimas o ano foi de tentativa de superação. Algumas famílias de estudantes deixaram a cidade e o quadro de professores também mudou. Alguns preferiram se reservar após a repercussão nacional e deixaram as redes sociais, como os pais do adolescente Samuel Melquiades, de 16 anos.

A procura por apoio psicológico na cidade subiu consideravelmente. De acordo com dados da prefeitura, 7 mil moradores fazem acompanhamento por meio do convênio criado pela Secretaria Estadual de Saúde.

Rhyllary Barbosa se apoiou no esporte para superar traumas e passou para faixa azul Foto: Reprodução

Entre os sobreviventes que continuam na cidade está a adolescente Rhyllary Barbosa, que ficou conhecida por lutar contra um dos assassinos. Ela é lutadora de jiu-jítsu e intensificou os treinos no esporte após o massacre.

– Nesse momento, nesse ano, eu percebo muitas coisas. A gente não tem um sentimento nem tão bom, nem tão ruim. Eu percebo que tem muita coisa que precisa ser feita – disse, em entrevista.

A adolescente acompanha as reformas que acontecem na escola para diminuir a lembrança amarga dos alunos, mas segue com sua rotina de estudos e treinos. A adolescente compartilha suas conquistas pelas redes sociais.

– O ano inteiro trabalhei para superar meus medos, minhas inseguranças dentro do jiu-jítsu. Em cima do tatame está meu suor, meu sangue, minha vontade de ir além. Cada esforço, cada batalha traçada e finalmente tive o alívio de dizer “eu consegui”. Eu não vivi em 2019, eu sobrevivi nele! – relembrou.

Câmera de segurança mostra golpe de Rhyllary Barbosa Foto: Reprodução

Ela fez uma forte reflexão sobre seu último ano e disse que seu professor de luta, sua família e Deus a ajudaram a manter o foco passar pelo processo de superação, que ainda não acabou. Rhyllary afirmou que, ao receber sua faixa azul, em dezembro do ano passado, pensou nos colegas como força motora.

– Eu lutei com todas as minhas forças com o pensamento de que essa faixa pertence a cada pessoa da tragédia do Raul, que infelizmente Deus acho de bom agrado levá-los… Eu lutei pensando em vocês e eu sei que aí em cima vocês me desejaram boa sorte e energias positivas. Eu vou conquistar o mundo por todos vocês – declarou, se dirigindo à lembrança dos colegas.

O MASSACRE
No dia 13 de março de 2019, o ex-aluno Guilherme Taucci, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, entraram no colégio armados e executaram o atentado no estilo dos ocorridos nos Estados Unidos.

Eles aproveitaram o intervalo das aulas e mataram a tiros cinco estudantes e duas funcionárias. Antes de chegarem à escola, haviam matado um empresário, tio de Guilherme. Ao final do massacre e percebendo a chegada da polícia, Guilherme matou seu comparsa e se suicidou.

Faleceram a coordenadora pedagógica Marilena Umezu, a agente Eliana Regina de Oliveira, e os alunos Kaio Lucas, Cleiton Antonio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melquiades Silva de Oliveira e Douglas Murilo Celestino.

Rhyllary lutou contra Luiz Henrique, que estava com uma machadinha e uma besta, e conseguiu deixar a porta aberta para que seus colegas fugissem da escola.

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