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Cães morrem por suspeita de intoxicação após comer petisco

São três marcas de petiscos para animais de uma mesma fabricante

Pleno.News - 02/09/2022 17h19 | atualizado em 02/09/2022 18h22

Pelo menos nove cachorros morreram por intoxicação (Imagem ilustrativa) Foto: Pixabay

Ao menos nove cachorros morreram em São Paulo e em Minas, sendo a maioria por quadro de falência renal. A causa suspeita para o óbito é de intoxicação após o consumo de três marcas de petiscos para animais de uma mesma fabricante. Outros seis cães permanecem internados, segundo informou a Polícia Civil de Minas Gerais nesta quinta-feira (1º).

A fabricante Bassar Pet Food afirma que colabora com as investigações, assim como presta orientações aos consumidores que entram em contato com a empresa.

– Seis mortes foram noticiadas oficialmente em Belo Horizonte com pedidos de providência feito por tutores, além de seis internações em BH. Chegaram dois casos por parte de tutores de São Paulo, relatando mais duas mortes. Outra morte foi relatada pelo munícipio de Piumhi, no interior de Minas, de tutora que havia comprado petiscos para seu animal em BH – disse a delegada titular Danúbia Quadros, da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor de Belo Horizonte, responsável pelo caso.

No caso do cachorrinho de Piumhi, ele foi internado ainda na capital mineira, mas como não conseguiu fazer transfusão de sangue, retornou para o município do interior. Apesar de buscar auxílio veterinário, o pet não sobreviveu.

Além do laudo da Polícia Civil de Minas, de acordo com ela, o processo deve ser instaurado também em São Paulo, em razão dos casos relatados no estado paulista.

– Os tutores de São Paulo foram orientados a procurar uma delegacia em São Paulo – disse ela.

Posteriormente, as autoridades devem atuar de forma conjunta nas investigações, ressaltou a delegada. Os casos envolvem até o momento três petiscos de uma mesma fabricante.

– Estamos aguardando a entrega do laudo (da perícia) para concluir a causa das mortes – disse Danúbia.

Um laudo de necropsia preliminar sugere a intoxicação pelo consumo dos petiscos e a falência de rins dos animais.

– Com relação aos cães que foram encaminhados pelos tutores à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), temos laudo preliminar sugerindo intoxicação dos animais. Aguardamos agora o laudo por parte da Polícia Civil para verificar se as informações do laudo preliminar se confirmam para concluir a causa da morte dos animais – afirmou a delegada responsável pelo caso. Ainda não há prazo para o laudo da polícia ser concluído.

De acordo com o laudo preliminar da UFMG, um dos cães morreu de insuficiência renal e uma das possibilidades que poderia ter causado esse quadro seria a intoxicação por etilenoglicol, substância tóxica usada como anticongelante.

Em nota, a Bassar Pet Food afirma que não utiliza e nunca utilizou o etilenoglicol na fabricação de nenhum de seus produtos.

– O propilenoglicol utilizado é um aditivo alimentar presente em alimentos humanos e animal em todo o mundo. A Bassar adquire esses insumos de empresas idôneas e devidamente registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) – disse.

Mais relatos sobre problemas similares têm sido repassados às autoridades.

– Chegaram dois casos de Goiás, mas de maneira informal. Temos recebido relatos de veterinários de uma forma geral, com relatos de outros estados de bichinhos que comeram o petisco e estão passando mal com quadro de diarreia e vômito. Mas não podemos computar. Por isso, é importante que o próprio tutor registre boletim em delegacia – acrescentou Danúbia.

Todos os cachorros que passaram mal são até o momento de porte pequeno. Até então, estavam aparecendo somente cães da ração spitz alemão, mas agora já há relato de um shih tzu, que está fazendo tratamento de hemodiálise, e também um yorkshire.

Segundo a delegada, tanto a loja quanto a fabricante não se opuseram às investigações.

– Estão prestando os esclarecimentos e agora basicamente precisamos finalizar os laudos para concluir se realmente as mortes e internações por intoxicações vieram pelo consumo dos petiscos – disse ela.

A Lei 8.137, artigo 7, inciso IX, prevê que a venda de mercadoria imprópria para o consumo é um crime com pena de dois a cinco anos e aplicação de multa. Esse é o crime que está sendo apurado na delegacia mineira.

Após ter conhecimento dos casos, o Procon-SP disse nesta sexta (2) que irá notificar a empresa Bassar Pet Food para que preste esclarecimentos sobre as ocorrências.

O QUE DIZ A EMPRESA
Em nota, a Bassar Pet Food afirma que enviou os produtos citados para análise no laboratório no Centro de Qualidade Analítica, cujo resultado deve ser divulgado nos próximos dias.

– Por precaução, a companhia iniciou a retirada do mercado do lote 3554 do produto Everyday – disse, em nota.

A fabricante não se manifestou sobre as outras duas marcas, cujos nomes não foram informados por ela. Disse apenas que o produto retirado do mercado é o que consta no laudo preliminar da UFMG.

A empresa acrescenta que vem tomando todas as providências para o esclarecimento do fato desde o dia em que recebeu o primeiro relato de possível intoxicação.

– A Bassar reforça que não há nenhum laudo conclusivo sobre a causa das mortes dos cães e está segura da excelência e da segurança de seus processos de fabricação – disse.

– Funcionários do Ministério da Agricultura realizaram inspeção na empresa em três diferentes ocasiões nos últimos dias e atestaram que a fábrica atende a todos as normas de segurança alimentar e de produção. Os laudos do Mapa comprovam ainda que não há contaminação na linha de produção – reforçou a empresa.

Em nota, o Grupo Petz informa que logo que teve conhecimento do caso envolvendo os três tipos de petiscos fabricados e distribuídos pela marca Bassar, acerca de casos de intoxicação, retirou voluntariamente todos os itens dos pontos de vendas da rede, notificando a empresa Bassar para ciência e providências. São eles: Snack Cuidado Oral Hálito Fresco (produto que leva o nome da Petz na embalagem), Dental Care e Everyday, conforme informou a rede Petz. Os três tipos de petiscos permanecerão fora das prateleiras até que seja concluído o laudo da Polícia Civil de Minas Gerais.

– Procurada pelas autoridades, o Grupo Petz reitera que está acompanhando e colaborando com as apurações dos órgãos competentes e aguardando os esclarecimentos do fabricante, que por sua vez aguarda análises técnicas de órgãos reguladores para o tipo de produto – acrescentou, em nota.

*AE

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