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Brasileiros têm mais resistência a tomar vacinas chinesa e russa

Estudo mostrou que parte do país tem desconfianças contra os imunizantes

Gabriela Doria - 21/10/2020 18h54

Vacinas chinesas e russas encontram resistência de brasileiros Foto: Reprodução

A aversão do presidente Jair Bolsonaro a uma vacina de origem chinesa não é exclusividade do chefe do Executivo. Um estudo com 2.771 brasileiros feito pelo Centro de Pesquisa em Comunicação Política e Saúde Pública da Universidade de Brasília (CPS/UnB) indicou que a associação com uma vacina vinda da China reduz em 16,4% a intenção de imunização da população. Quanto a vacina russa a intenção diminui 14,1%.

O mesmo não ocorre com tanta intensidade, contudo, quando se trata dos imunizantes produzidos nos Estados Unidades (-7,9%) , na Universidade de Oxford, na Inglaterra (-7,4% ).

– Esse dado sugere uma desconfiança de parte da população brasileira com a vacina, presente inclusive entre pessoas que estão muito preocupadas com a doença – afirmou Wladimir Gramacho, coordenador do estudo e do centro de pesquisa.

Realizado entre 23 de setembro e 2 de outubro, o estudo mostrou ainda que entre os apoiadores de Bolsonaro, a chance de aceitarem uma vacina chinesa é menor ainda. Para este grupo que avalia positivamente o governo, menos de um terço dos pesquisados (27%) afirmou ter muita chance de se vacinarem se a substância for produzida na China. Já entre os opositores do gestão do presidente, a porcentagem dobra (54%), mesmo com uma vacina produzida na China.

– Os testes que fizemos mostram que a polarização política tem um efeito menor para o caso de uma vacina produzida na Rússia e não afetou até aqui a receptividade dos brasileiros a vacinas produzidas nos Estados Unidos ou em Oxford – comentou Gramacho.

O pesquisador pondera que “o uso da pandemia e da vacina na disputa entre as elites políticas brasileiras tem sido, em si, uma ameaça à saúde pública”.

O estudo realizado é fruto de um consórcio com pesquisadores de universidades federais brasileiras, que além da UnB inclui a Universidade Federal de Goiás e a Universidade Federal do Paraná, além da Western University, no Canadá.

*Estadão

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