Brasil entrou em contato com a Venezuela sobre brasileiro
Jonatan Moisés Diniz está preso no país após realizar trabalho social. Itamaraty informou que governo venezuelano ainda não respondeu
Henrique Gimenes - 05/01/2018 14h41 | atualizado em 05/01/2018 15h17

Na noite desta quinta-feira (4), o governo brasileiro emitiu uma nota a respeito da situação do brasileiro Jonatan Moisés Diniz, que está preso na Venezuela. Segundo o Itamaraty, as autoridades do país foram procuradas “inúmeras vezes”, porém sem sucesso.
Jonatan Moisés Diniz, conhecido como Pity, está detido em uma prisão da Venezuela desde o dia 28 de dezembro. Ele estava no país para arrecadar alimentos e brinquedos para crianças venezuelanas e chegou a denunciar, nas redes sociais, a situação de calamidade enfrentada no país.
No entanto, o governo do país acusou Jonatan de conspirar, junto com a CIA, para a derrubada de Nicolás Maduro por meio da ONG Time Of Change the Earth (Tempo de Mudar a Terra, em tradução livre). Desde que foi preso, a família do jovem ainda não teve notícias dele.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, “o Consulado-Geral do Brasil em Caracas entrou em contato com as autoridades policiais” e pediu informações sobre o brasileiro. No entanto, informa que, “até o momento, as autoridades policiais não responderam, apesar dos reiterados pedidos brasileiros, formalizados por notas diplomáticas”.
O Itamaraty comunica também que a “Embaixada do Brasil em Caracas vem fazendo gestões contínuas junto ao Ministério das Relações Exteriores da Venezuela e às autoridades de segurança desse país”, mas que, por enquanto, “não houve resposta”.
Na nota, o governo brasileiro afirma que “solicita às autoridades da Venezuela que respondam rapidamente aos diversos pedidos de informação sobre a localização de nosso compatriota e sua situação jurídica”.
Veja a nota do Itamaraty:
Situação do brasileiro Jonatan Moisés Diniz
Desde que tomou conhecimento de declarações do militar e político venezuelano Diosdado Cabello, em seu programa de televisão no dia 27 de dezembro, de que o cidadão brasileiro Jonatan Moisés Diniz teria sido detido, o governo brasileiro procurou inúmeras vezes as autoridades desse país, tanto em Brasília quanto em Caracas.
O Consulado-Geral do Brasil em Caracas entrou em contato com as autoridades policiais venezuelanas expressando preocupação e pedindo informações sobre a presença do cidadão brasileiro na Venezuela, bem como sua situação jurídica e autorização para visita consular, nos termos da Convenção de Viena sobre Relações Consulares, da qual os dois países são signatários. Até o momento, as autoridades policiais não responderam, apesar dos reiterados pedidos brasileiros, formalizados por notas diplomáticas.
Paralelamente, a Embaixada do Brasil em Caracas vem fazendo gestões contínuas junto ao Ministério das Relações Exteriores da Venezuela e às autoridades de segurança desse país, em busca de mais informações sobre o paradeiro do nacional brasileiro. Até o momento, apesar da promessa de retorno dos interlocutores, não houve resposta. Em Brasília, instada a fazê-lo, a embaixada venezuelana tampouco prestou qualquer esclarecimento.
O Brasil solicita às autoridades da Venezuela que respondam rapidamente aos diversos pedidos de informação sobre a localização de nosso compatriota e sua situação jurídica, bem como de visita consular, cursados nos termos das convenções internacionais e de acordo com as obrigações assumidas pelos dois países à luz do direito internacional.
Tanto o consulado brasileiro em Caracas quanto o Itamaraty têm mantido contato com a família de Jonatan Moisés Diniz.
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