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Brasil cai dez posições no ranking da paz mundial

Islândia voltou a ocupar, pelo 10º ano, o primeiro lugar da lista

Jade Nunes - 12/06/2019 09h00 | atualizado em 12/06/2019 10h20

Brasil ficou na 116ª colocação Foto: Pixabay

A Nicarágua foi o país que mais piorou o seu nível de paz no ano passado, enquanto que o Brasil caiu dez colocações, de acordo com o Índice Global da Paz 2019 (GPI, sigla em inglês), divulgado nesta quarta-feira (12), em Londres, Inglaterra.

O relatório, elaborado pelo Instituto de Economia e Centro de Estudos de Paz entre 163 países em 2018, revela que a Nicarágua caiu 54 postos em relação ao ano anterior e está em 120º lugar. Já o Brasil ocupa a 116ª colocação.

Esta queda deve-se à grave crise sociopolítica que o país centro-americano atravessa desde abril de 2018 e que, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), causou pelo menos 325 mortes, embora as agências locais elevem o número para 594 e o governo de Manágua só reconheça 199.

No geral, o GPI revela que o nível médio de paz mundial melhorou pela primeira vez em cinco anos, embora o mundo continue a ser um lugar “consideravelmente” menos pacífico do que há uma década.

Desde 2008, a paz global deteriorou-se em cerca de 3,78%, embora este ano tenha registado uma ligeira melhoria de 0,09% em relação ao anterior, devido à “redução na gravidade de vários conflitos, que levaram a um menor número de mortes e a uma diminuição do impacto do terrorismo”.

O presidente do Instituto, Steve Killelea, informou em entrevista à Agência Efe sobre o “mix” de tendências positivas e negativas neste último relatório, preparado pelo 13º ano consecutivo.

– Enquanto os conflitos que dominaram nos últimos dez anos, como os do Iraque e da Síria, começaram a diminuir, outros se intensificaram no Iêmen, na Turquia e na Nicarágua – apontou.

Dos países sul-americanos apenas o Uruguai, Colômbia e Chile subiram de posições (três, dois e uma, respectivamente), enquanto oito pioraram. A Venezuela é o país menos seguro da região, em 144º lugar do mundo.

Já a Europa melhorou ligeiramente no ano passado e permaneceu como a região mais pacífica do mundo, com 22 dos 36 países avançando na lista.

A Islândia voltou a ocupar, pelo 10º ano, o primeiro lugar da lista e foi coroada novamente como o país mais pacífico do mundo, seguido da Nova Zelândia, Áustria, Portugal e Dinamarca.

Do outro lado da moeda está o Afeganistão, que passou para o último lugar, substituindo a Síria, que passou para o penúltimo posto, e imediatamente acima aparecem o Sudão do Sul, o Iêmen e o Iraque.

Desde o início do GPI, esta é a primeira vez que o Iêmen ocupa uma das cinco piores posições, devido ao agravamento do conflito armado em certas áreas do país.

O conflito iemenita, que eclodiu em dezembro de 2014, quando os rebeldes ocuparam Sanaa e outras províncias e expulsaram o presidente Abdo Rabu Mansur Hadi do poder, gerou a maior crise humanitária do mundo.

Killelea apontou, como mais um dos pontos-chave do relatório, a redução do impacto econômico da violência pela primeira vez desde 2012, com 14,1 trilhões de dólares (cerca de R$ 54 trilhões), o que equivale a uma queda de 3,3%.

O documento mostra que os países com altos níveis de paz têm, em média, um crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) três vezes maior que os menos pacíficos.

O estudo também analisa o impacto das mudanças climáticas na segurança, com uma estimativa de 971 milhões de pessoas que vivem em áreas com alta exposição às ameaças desse fenômeno, das quais 400 milhões residem em países com baixo índice de paz.

*Com informações da Agência EFE

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