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Brasil: 8 a cada 10 mortos por Covid-19 tinham fator de risco

De acordo com o Ministério da Saúde, quadros de cardiopatia e diabetes eram comorbidades mais comuns

Pleno.News - 04/04/2020 18h11

Entre os mortos confirmados pela Covid-19 e investigados pelo Ministério da Saúde até o momento, 8 em cada 10 apresentavam pelo menos um fator de risco associado, a chamada comorbidade. Entre eles, quase 9 em cada 10 tinham mais de 60 anos.

Quadros de cardiopatia foram a principal condição associada aos óbitos investigados: 57% do total até sexta (3). Em segundo lugar vêm os diabéticos, com 40% do total de mortos, quadros de pneumopatia (16%) e doenças neurológicas (10,5%).

Outras comorbidades, como casos renais, de obesidade e asma, aparecem com prevalência menor no total. Os dados fazem parte do novo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde obtido pela Folha.

Separando apenas os mortos com menos de 60 anos, diabetes, cardiopatias e obesidade foram as comorbidades mais detectadas.

Dos 359 óbitos registrados até sexta, 286 (80%) já possuem investigação totalmente concluída pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública no ministério.

Médicos e infectologistas em vários estados vêm aguardando com ansiedade as estatísticas associadas aos óbitos. Os dados são fundamentais para que se possa construir um cenário mais realista de como a epidemia afeta a sociedade.

A avaliação é a de que só depois de delimitar, com base empírica ampla, como o vírus ataca mortalmente certos grupos e pessoas é que será seguro adotar medidas menos restritivas de isolamento coletivo.

Em São Paulo, por exemplo, o decreto que determinou o isolamento de pessoas em atividades não essenciais vence na terça, 7 de abril.

A expectativa era de que o aparecimento desses dados coincidiria com o ápice do esforço nos hospitais em preparar o terreno para receber os pacientes graves, o que levou algumas semanas.

Nesse período, além da reorganização de leitos e abertura de vagas em UTIs, as redes cancelaram em massa cirurgias eletivas –responsáveis por 25% das internações em unidades intensivas.

No geral, o Brasil tem cerca de 2,2 leitos de UTI para cada 10 mil habitantes –sendo que 95% no SUS e 80% na rede privada já viviam cheios antes da epidemia.

Nos epicentros do mundo, têm sido necessários 2,4 leitos por 10 mil, segundo a Amib (Associação Brasileira de Medicina Intensiva).

A partir dos novos dados sobre os mortos –que tendem a ficar mais robustos como o passar dos dias–, e da aplicação dos centenas de milhares de testes prometidos pelo Ministério da Saúde, será mais seguro modelar as medidas de restrição.

A decisão, no entanto, terá de levar em conta que mesmo as pessoas sem comorbidades ou mais jovens poderão acabar morrendo se não puderem ser tratadas em hospitais lotados –já que elas também têm precisado de internação em UTIs em grande número.

Do total de mortos até sexta, 58% são do sexo masculino e as maiores taxas foram registradas no Sudeste (4,9%), seguido de Nordeste (3,7%), Norte (2,1%), Centro-Oeste (1,5%) e Sul (1,4%).

Considerando as fases epidêmicas (localizada, aceleração descontrolada, desaceleração e controle), na maior parte dos municípios a transmissão ainda ocorre de modo restrito.

No entanto, diante do chamado Coeficiente de Incidência Nacional de 4,3 casos por 100 mil habitantes, o ministério considera preocupante a situação do Distrito Federal (13,2/100 mil) e dos estados de São Paulo (9,7), Ceará (6,8), Rio de Janeiro e Amazonas (6,2).

Nesses locais, segundo o ministério, a fase da epidemia pode estar em transição para a de aceleração descontrolada –o que será mais um elemento para a decisão sobre o que fazer com o isolamento.

*Folhapress

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