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‘Bolsonaro está fazendo o jogo do vírus’, diz diretor do Butantan

Dimas Covas disse que o presidente expõe as pessoas ao vírus e que os resistentes sobrevivem

Pierre Borges - 05/04/2021 16h19 | atualizado em 05/04/2021 16h53

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan Foto: Reprodução

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia e afirmou que ele faz “o jogo do vírus”.

– O presidente acha que ficar em casa é coisa de maricas, mas quando ele sai e leva seus seguidores para o meio da praça, ele está fazendo o jogo do vírus. Ele está fazendo darwinismo social. Expõe as pessoas ao vírus. Os resistentes sobrevivem, e os outros morrem – declarou Covas ao Valor Econômico, em entrevista publicada nesta segunda-feira (5).

Defensor das medidas restritivas, Covas acredita que o Brasil chegará à marca diária de 5 mil óbitos devido à Covid-19 e que o ideal para controlar a pandemia seria “colocar toda a população por 14 dias dentro de casa”, mesmo reconhecendo a dificuldade para o cumprimento da medida.

Covas defende que a vacina é um “recurso adicional” e que a pandemia se combate reduzindo a transmissão por meio de “medidas amargas de afastamento social”.

– Não se pode, por princípio, dizer que é impossível, porque, assim, estamos admitindo que vamos continuar tendo esse número de casos, de internações e de óbitos – ponderou.

Covas também demonstrou pouco entusiasmo quanto à aquisição de vacinas para a população brasileira. Embora estime que 40 a 50 milhões de pessoas sejam vacinadas até o fim do semestre, ele afirma que “como houve muito atraso por parte do ministério em se definir [pela aquisição das vacinas], na hora que foi definido [isso] teve de depender da disponibilidade do fornecedor”.

– O ministério está tendo dificuldade de arrumar vacinas e não é só a do Butantan. Está com dificuldades em relação a todas as vacinas exatamente por isso. Todo mundo já se comprometeu. Todos têm seus compromissos e estão cuidando de manter esses compromissos. Avançar nisso é muito difícil porque a demanda mundial é muito grande – afirmou

Perguntado sobre o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, Covas disse que o cardiologista é “um legítimo representante da classe médica”, mas que só será bem-sucedido se tiver autonomia para atuar.

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