Bispo coloca papa Francisco como testemunha de defesa
Bispo José Ronaldo Ribeiro é investigado por fazer parte de um grupo que desviava dinheiro da igreja
Jade Nunes - 10/05/2018 10h16
O bispo José Ronaldo Ribeiro, que foi afastado da Diocese de Formosa, em Goiás, incluiu o papa Francisco, o núncio apostólico no Brasil, Giovanni D’Aniello, e o cardeal Dom João Braz de Aviz entre as 31 testemunhas de defesa no processo que investiga o desvio de mais de R$ 2 milhões em dízimos.
O advogado do religioso afirma que as escolhas foram técnicas. Além do bispo, outras dez pessoas também são acusadas de participar do esquema. De acordo com o Ministério Público, eles usaram o dinheiro para comprar uma fazenda de gado, uma casa lotérica e carros de luxo.
– Ficou bem evidente desde a busca da soltura dos religiosos por meio de habeas corpus, que a estratégia dos acusados é adiar o máximo que puderem o julgamento do caso, de forma a se beneficiarem do transcurso do tempo, que virá acompanhado de um pretendido esquecimento e da prescrição – alegou o promotor que está à frente do caso, Douglas Chegury, ao portal G1.
OPERAÇÃO CALIFÁS
A Operação Califás, deflagrada pelo MP-GO, apura o desvio de R$ 2 milhões pela Diocese de Formosa. Em 19 de março, nove pessoas foram presas, entre elas o bispo Ribeiro. Além do dízimo, também foi constatado que o grupo pegava o dinheiro que vinha de doações, arrecadações de festas realizadas por fiéis e taxas de eventos, casamentos.
Solto no dia 17 de abril, o bispo José Ronaldo Ribeiro espera o término do processo na casa episcopal.
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