Bebê dado como morto tem sinais de vida durante o próprio velório
Recém-nascido está intubado e respira com a ajuda de aparelhos
Paulo Moura - 27/10/2025 08h45 | atualizado em 27/10/2025 12h11

Um recém-nascido de cerca de 5 meses de gestação foi retirado do próprio velório após familiares ouvirem o bebê chorar dentro do caixão, na manhã do último sábado (25), em Rio Branco (AC). A criança havia sido dada como morta pela equipe médica da Maternidade Bárbara Heliodora, na capital acreana, na última sexta-feira (24), após o parto.
Segundo os parentes, o corpo ficou aproximadamente 12 horas dentro de um saco plástico, antes de o choro interromper o velório. Segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) divulgadas neste domingo (26), o bebê está intubado e respirando com a ajuda de aparelhos na UTI neonatal.
Ainda de acordo com o boletim médico, o quadro clínico é delicado, mas o recém-nascido responde aos cuidados e apresenta evolução positiva, o que permitiu à equipe reduzir gradualmente a ventilação mecânica.
– Apresenta-se hemodinamicamente estável, com sinais vitais dentro da normalidade para a idade gestacional. Segue urinando bem – informou a Sesacre em nota.
O governo do Acre determinou o afastamento imediato da equipe médica responsável por atestar o óbito e anunciou uma apuração minuciosa sobre o caso. O governador Gladson Cameli (PP) afirmou que o estado vai acompanhar pessoalmente as apurações e destacou que a prioridade, neste momento, é garantir a sobrevivência e o bem-estar da criança. O Ministério Público do Acre (MP-AC) também vai investigar o caso.
O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) também comunicou que instaurará sindicância para apurar a conduta dos profissionais envolvidos. A direção da maternidade e a Sesacre reiteraram que todos os protocolos de reanimação foram seguidos e que a investigação busca esclarecer em que momento houve eventual falha na constatação da morte.
O laudo médico inicial apontava hipóxia intrauterina — condição em que o feto não recebe oxigênio suficiente durante a gestação — como causa da morte.
Segundo a família, a mãe, moradora de Pauini (AM), viajou cerca de 260 quilômetros até Rio Branco em busca de atendimento, já que o município amazonense não tinha estrutura adequada para casos de risco.
– Disseram que a criança nasceu sem vida, pegaram e só colocaram num saco, levaram pro necrotério, a gente fez o procedimento [fúnebre] e estava indo pro enterro. Ao chegar lá, eu pedi para abrir [o caixão] para poder ver o bebê e ele estava chorando. Isso é muita negligência e a gente quer justiça – relatou Maria Aparecida, tia do bebê.
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