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Base de Alcântara: Saiba o que o Brasil ganha com o acordo

Com a negociação, a expectativa é que surjam mais investimentos no local

Ana Luiza Menezes - 23/03/2019 11h01 | atualizado em 23/03/2019 11h43

Instalações do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão Foto: Agência Brasil

Durante sua visita aos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro assinou um acordo que concede aos americanos o direito de lançar satélites, com fins pacíficos, na Base de Alcântara, no Maranhão. A base é considerada um dos pontos mais privilegiados do mundo para esse tipo de lançamento. Por estar perto da Linha do Equador, permite redução até 30% do combustível necessário para a atividade.

O acordo, batizado de “salvaguarda tecnológica”, estabeleceu ainda que apenas quem for designado pelas autoridades americanas terá acesso aos artefatos com tecnologia dos EUA, que detém 80% do mercado espacial e teme espionagem. O Brasil será pago pelo uso da área.

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação defende também a importância de assinar acordos semelhantes com outros países que contam com tecnologia em satélites e foguetes, como Japão e Índia. Entretanto, não há previsão para esses outros acordos.

O desejo de firmar o acordo já vinha desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas na época acabou barrado pelo Congresso Nacional brasileiro. A administração do ex-presidente Michel Temer (MDB) voltou a dar andamento às conversas, mas não chegou a concretizar o plano.

BENEFÍCIO FINANCEIRO
O valor da negociação não foi divulgado, mas segundo o coronel Carlos Moura, presidente da Agência Especial Brasileira, aportes expressivos são esperados para o Brasil.

– Cifras na ordem de dezenas a centenas de milhões de dólares ao ano seriam uma estimativa conservadora e realizável num horizonte de médio prazo – avaliou.

Porém, o foco dos brasileiros não é apenas o lucro, mas também uma possível ajuda que impulsione o próprio programa espacial. Carlos Gurgel, professor do departamento de engenharia mecânica da UnB e ex-diretor de satélites da AEB, acredita que mais importante é a necessidade de se formar o que chama de uma “economia espacial brasileira”. Para ele, agora o país pode desenvolver mais tecnologia e inovação na área espacial.

SOBERANIA
Ao contrário do que pensam os críticos de Bolsonaro, o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, defende que o acordo com os americanos não oferece risco.

– A soberania de maneira nenhuma é afetada. Isso é um tipo de acordo importante a ser feito e é feito em termos técnicos e não tem qualquer tipo de influência ou provocação à nossa soberania. Muito pelo contrário, vamos ganhar muito com isso – afirmou.

A BASE
O Centro de Lançamento de Alcântara foi construído em 1983. Especialistas afirmam que até os dias atuais seu potencial foi pouco explorado por causa da limitação de uso da base por outros países. Com a negociação, a expectativa é que surjam mais investimentos no local.

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