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Auditores da Receita entregam cargos após reajuste a policiais

Mais de 300 profissionais promovem debandada em protesto

Pleno.News - 22/12/2021 16h46 | atualizado em 22/12/2021 17h27

Superintendência da Receita Federal, em Brasília Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo

Os auditores da Receita Federal deram início a um movimento de entrega de cargos de chefia após a aprovação do Orçamento de 2022, que prevê cortes na verba destinada ao órgão e reajuste salarial apenas a policiais federais, uma demanda direta do presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco), 324 profissionais da categoria já entregaram seus cargos comissionados.

Segundo o Sindifisco, já houve baixa de todos os delegados em 10 regiões fiscais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

A entrega de cargos de chefia em comissão não significa que eles estejam pedindo demissão – continuam exercendo suas funções como servidores concursados. Mas, sem gente na chefia, o órgão fica sem comando, e as atividades, comprometidas. De acordo com dados do Painel Estatístico de Pessoal, um salário de auditor fiscal na Receita pode chegar a R$ 30.303,62.

A categoria fará uma assembleia nesta quinta-feira (23), e o indicativo do Sindifisco é para a entrega de todos os cargos de chefia e a paralisação total das atividades do órgão.

– Vamos formalizar a entrega de cargos em todos os graus de hierarquia. Não é intenção; é entrega formal. Vamos deixar o órgão à deriva e só cumprir questões administrativas – avisa o presidente do sindicato, Kleber Cabral.

– É uma paralisação de meta zero, ou seja, cruzar os braços – completou.

O maior impacto do movimento deverá ocorrer nas aduanas, por onde só deverão passar com normalidade medicamentos, carga viva e bens perecíveis. Os relatórios gerenciais deixarão de ser preenchidos e gerentes de projetos do órgão também abandonarão seus postos.

– Não vamos incomodar as pessoas no fim do ano. O viajante internacional não precisa se preocupar, porque não haverá mudança nas rotinas nos aeroportos – promete Cabral.

O presidente do Sindifisco espera que o governo dê uma resposta à demanda dos auditores ainda neste ano, apesar de o Orçamento de 2022 já estar aprovado pelo Congresso com um corte significativo nos recursos do órgão. O sindicato aproveita o movimento para cobrar também o decreto para regulamentar o bônus variável da categoria – que atualmente recebe um bônus fixo.

– Precisamos de uma resposta contundente em um curto espaço de tempo. O governo terá de indicar como pretende recompor o orçamento da Receita, precisamos desse compromisso. Há centenas de órgãos que gastam e quem tem o orçamento cortado é o órgão que arrecada – reclama.

Procurada, a Receita informou que não vai se manifestar sobre o assunto.

*AE

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