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Ativista pró-aborto e cristã deixa o Brasil após ameaças

Camila Mantovani é filiada ao PSOL e faz parte da Igreja Batista do Caminho

Gabriela Doria - 30/04/2019 17h19 | atualizado em 30/04/2019 19h41

Camila Mantovani saiu do Brasil após ameaças Foto: Reprodução

A militante Camila Mantovani, de 24 anos, que é evangélica e defensora da legalização do aborto, anunciou que precisou sair do Brasil por causa das ameaças que tem recebido. Filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), a ativista denunciou nas redes sociais o que chamou de “Brasil governado por evangélicos”.

– Perdi meus direitos porque um Brasil governado por evangélicos é um Brasil antipovo, antidireitos, antipluralidade, tão importantes para assegurar a democracia – justificou Camila.

Apesar de apontar a perseguição religiosa que tem sofrido, Camila teve apoio financeiro do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil para que pudesse sair do Brasil. A jovem faz parte da Igreja Batista do Caminho, mesma congregação do pastor e ex-vereador Henrique Vieira, também do PSOL.

O Ministério Público do Rio de Janeiro já recebeu a denúncia das ameaças contra a militante. Segundo Camila, as advertências virtuais logo se tornaram perseguições e intimidações na vida real. Para ela, isto fez com que perdesse seu direito à vida.

– Perdi o direito! Perdi o direito de viver no meu próprio país! Quem defende a laicidade do Estado é massacrado por um Estado que não é laico. Perdi o direito de viver com minha família e meus amigos, de levar meu trabalho adiante. Perdi o direito de viver minha vida como a vivo hoje. Perdi esse direito porque o fundamentalismo que governa o Brasil hoje assassina qualquer profeta que denuncie o pecado das grandes lideranças – declarou.

Em suas redes sociais, a jovem, que se tornou uma das vozes mais ativas dentro da comunidade evangélica pela defesa do aborto, também garantiu que continuará a denunciar a “barbárie que esse país se tornou sendo um país tão evangélico”.

– Estou indo, mas continuo a denúncia da barbárie que esse país se tornou sendo um país tão evangélico! Sigo na luta porque, a despeito da Igreja hegemônica que persegue e mata quem ousa contrariá-la, eu tenho comigo a força do Nazareno, do Deus que encarnou preto e pobre, do Deus que valorizava as mulheres. Eu sigo com Jesus Cristo, apregoando o Reino de Deus, mesmo que isso me custe a Cruz – escreveu.

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