Associação de magistrados repudia fala de desembargador sobre autismo
Nota foi divulgada nesta quinta-feira
Pleno.News - 18/05/2023 21h05 | atualizado em 19/05/2023 11h44

Nesta quinta-feira (18), a Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES) emitiu uma nota de repúdio após declarações do desembargador Raimundo Bogéa, do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA). No texto, a ANAMAGES disse ser contra “toda e qualquer forma de discriminação e preconceito contra pessoas autistas ou de seus responsáveis”.
O posicionamento veio após Bogéa ter dito em uma sessão de quarta-feira (17) que “o concurso já devia avaliar se o juiz quando faz o concurso ele já tem um filho com problema”.
A ANAMAGES classificou a fala como “infeliz”.
– Urge registrar que ter um filho com deficiência não é, e nunca poderá ser, causa que impeça a participação ou admissão de um indivíduo em cargo ou função seja de empresa pública ou privada – destacou a instituição.
Leia a nota na íntegra:
A ANAMAGES repudia toda e qualquer forma de discriminação e preconceito contra pessoas autistas ou de seus responsáveis.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma deficiência muitas vezes invisível aos olhos daqueles desinformados e a inclusão de crianças, jovens, adultos e idosos, em seus multifacetados contextos, exige suporte.
A pessoa com deficiência e seus familiares, ao invés da crítica ou do preconceito, merece do Estado e das suas autoridades proteção e atenção, em especial do difícil encargo com que lutam diariamente.
Repudiamos a infeliz colocação do Desembargador do TJMA Raimundo Bogéa, quando afirmou na sessão de ontem que “eu acho até que nesse concurso já se devia avaliar se o juiz quando faz o concurso ele já tem um filho com problema”.
Urge registrar que ter um filho com deficiência não é e nunca poderá ser causa que impeça a participação ou admissão de um indivíduo em cargo ou função seja de empresa pública ou privada.
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