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Após prisão de auditor, Lava Jato pede retratação de Gilmar

Ministro acusou procuradores de incriminá-lo em razão das decisões de soltar investigados

Paulo Moura - 02/10/2019 14h11

Ministro Gilmar Mendes Foto: STF/SCO/Nelson Jr.

O procurador Almir Sanches, da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, afirmou esperar, após a prisão do auditor fiscal Marco Aurelio da Silva Canal, uma retratação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava Jato, Canal foi citado por Gilmar como o responsável pela produção de dossiês contra o ministro, sua esposa e outras 133 autoridades.

O auditor foi preso nesta quarta-feira (2) sob suspeita de cobrar propina de investigados na Lava Jato para anular multas da Receita Federal decorrentes dos crimes apurados. Ao mencionar Canal, Gilmar atribuiu a movimentação do auditor fiscal à força-tarefa fluminense. Em entrevista à revista Época publicada em fevereiro, o ministro, alvo de apuração interna na Receita, acusou investigadores da Lava Jato de quererem incriminá-lo em razão de suas decisões que levaram à soltura de investigados.

O setor de Canal tem como o objetivo aplicar multas aos acusados por sonegação fiscal. Ele não atuava nas investigações, mas nas autuações contra os alvos após as operações.

– As autoridades que fizeram essas ilações, que nós julgamos bastante descabidas, não tinham como saber que a investigação estava em curso. Mas também não tinham porque supor que membros do Ministério Público, do Judiciário ou da polícia estavam envolvidos com isso. Agora há um novo fato. Espera-se alguma retratação de acusações graves que foram feitas – disse Sanches, da força-tarefa.

As críticas de Gilmar foram feitas após a revelação de que a Receita havia aberto um procedimento para identificar supostos focos de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência do magistrado e de sua mulher, Guiomar Mendes.

O ministro enviou ofício ao presidente do STF, Dias Toffoli, pedindo medidas urgentes para a apuração da iniciativa dos auditores. A Receita abriu investigação interna sobre o caso. Dias depois, o órgão afirmou que Gilmar não era fiscalizado e desautorizou os termos usados pelos auditores nas análises feitas sobre ele.

Segundo a Receita, as informações constavam de um relatório preliminar interno do órgão que vazou para a imprensa por um equívoco de seu autor. O órgão afirma ainda que Gilmar não é investigado formalmente.

*Folhapress

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