Após Gleisi, Manuela D’Ávila também está “morta” para o SUS
Hackers atacaram cadastros de personalidades da esquerda
Gabriela Doria - 20/07/2021 21h11 | atualizado em 20/07/2021 21h33

A ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) revelou, nesta terça-feira (20) que seu cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS) indica que ela está “morta”. O mesmo aconteceu outras figuras da esquerda, como a presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann, e o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos – que teve o nome alterado para “xingamentos e ofensas” na base de dados.
Manuela conta que, no dia em que foi se vacinar, descobriu que seus dados não foram encontrados na plataforma do SUS. Segundo ela, os servidores da saúde tiveram que fazer um cadastro manual para que ela pudesse se imunizar. O problema, relatou Manuela, é que seu cadastro não foi encontrado porque ela constava como morta desde o fim de 2018 – mesmo período em que sua chapa com Fernando Haddad (PT) para a Presidência da República foi derrotada por Jair Bolsonaro.
– No dia em que fui me vacinar contra Covid-19, fiquei algumas horas na fila emocionada. Quando foram preencher meu cadastro não encontraram meus dados. Imaginei que podia ser algo relacionado à legislação sobre figuras politicamente expostas. Fizeram registro manual e disseram que ia demorar mais tempo para constar no Conectasus. Depois me lembrei do ataque hacker em que haviam mudado meu nome e de meu pai. Pois bem, aí está: eles me mataram depois do 1º turno da eleição de 2018 – escreveu no Twitter, ao lado de uma imagem de seu cadastro alterado.
Ao jornal O Globo, a ex-deputada revelou que só descobriu a data de sua “falsa morte” porque uma fonte sua checou a base de dados. Os dados foram alterados em um ataque hacker em 2019, quando o nome de seu pai também foi alvo do crime. Ela afirma que avalia tomar medidas legais.
– Soube agora porque pedi para uma fonte checar nos dados. No ataque hacker, tinham mudado outros dados que já estão ok (nome dela e de seu pai). Agora me mataram – disse D’Ávilla.
Neste segunda-feira (19), foi a vez de Guilherme Boulos passar por problema semelhante. No entanto, ao invés de “matarem” o psolista, os hackers mudaram seu nome para palavras de baixo calão. Nas redes sociais, Boulos contou que o Ministério da Saúde identificou uma “pessoa credenciada” que teria feito as alterações.
O ex-candidato à Prefeitura de São Paulo cobrou da pasta que tome medidas contra o responsável.
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