Anderson relatou piora na saúde após eleição de Flordelis
Polícia acredita que grupo se sentiu mais confiante no homicídio com a vitória política
Gabriela Doria - 25/08/2020 16h33 | atualizado em 25/08/2020 16h42

Relatórios médicos de Anderson do Carmo mostram que o pastor passou a se queixar mais dos problemas de saúde após a eleição da esposa, Flordelis dos Santos, como deputada federal, em 2018.
De acordo com a polícia, as tentativas de matar Anderson envenenado ganharam mais força após a vitória de Flordelis nas eleições. O grupo familiar que queria a morte do pastor ficou mais confiante com o novo cargo da matriarca.
No entanto, as tentativas de envenenamento começaram ainda em maio de 2018, trezes meses antes de sua morte. Em um período de cinco meses, Anderson precisou ser atendido na emergência de um hospital em seis ocasiões. A primeira delas foi em 6 de maio. A principal queixa eram os vômitos, que ele acreditava que eram causados pela quantidade de comida que ingeria. Segundo uma testemunha, o veneno era colocado nos alimentos oferecidos ao pastor.
























Nos últimos meses de vida, Anderson ficou abatido e emagreceu bastante, o que ele creditava ao estresse.
Ainda assim, as investigações mostram que duas filhas de Flordelis buscaram informações sobre o uso de venenos na internet. Uma delas pesquisou sobre o cianeto. Outra digitou na busca por “veneno para matar que seja legal” e “assassino onde achar”, entre outras pesquisas incriminadoras.

Um perito do Ministério Público Estadual acredita que Anderson tenha sido envenenado com doses de arsênico. Ele embasou sua tese nos sintomas descritos pelo pastor e por se tratar de um veneno sem cheiro e sem gosto, que poderia ser facilmente adicionado a alimentos e bebidas sem que fosse notado.
Os envenenamentos chegaram a quase produzir vítimas colaterais. Em duas ocasiões, duas pessoas da família passaram mal após consumirem alimentos que seriam oferecidos ao pastor. Uma delas ficou internada por cinco dias.

Outra testemunha afirmou que Simone dos Santos, uma das filhas de Flordelis, teria admitido informalmente que ela era a responsável por fazer Anderson passar mal.
– Mas ele não morre não. Ele é ruim de morrer – teria dito Simone.
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