Alunos de universidade recebem calouros com “tour comunista”
Evento é organizado por estudantes de coletivo de esquerda da UFRGS
Paulo Moura - 17/03/2025 14h12 | atualizado em 19/03/2025 14h18

Um coletivo estudantil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está organizando uma recepção aos calouros chamada “tour comunista”. O evento, marcado para acontecer no próximo sábado (22), vem sendo divulgado pelo grupo esquerdista Faísca Revolucionária desde o último dia 11 de março. A instituição de ensino é a mesma na qual uma reitora gravou recentemente um vídeo oficial de saudação à comunidade acadêmica utilizando linguagem neutra.
– Nós vamos te contar tudo o que está por trás da dita universidade de excelência e que os governos e a reitoria tentam esconder, sustentada em base ao trabalho terceirizado e a uma lógica produtivista insana, que usa o nosso conhecimento pra produzir lucro pra empresas privadas que atuam dentro da UFRGS – diz uma postagem feita pelo coletivo Faísca Revolucionária.
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No vídeo de apresentação do evento, uma das integrantes do coletivo diz que o objetivo do tour é caminhar pelo campus para “contar a história que ninguém conta”, sob uma “perspectiva marxista”. Logo no começo do vídeo, a estudante faz uso da chamada “linguagem neutra” e dá boas-vindas a “todes” os “caloures”.
Apesar de ser um grupo manifestamente esquerdista, o coletivo estudantil diz que é “uma juventude que luta por um movimento estudantil independente, de oposição de esquerda ao governo Lula-Alckmin para enfrentar a extrem- direita e os ataques!”.
REITORA DA UFRGS USOU LINGUAGEM NEUTRA

Recentemente, a reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Márcia Barbosa, adotou a chamada “linguagem neutra” em um vídeo de volta às aulas para o primeiro semestre de 2025. Ao fazer sua saudação, Barbosa utilizou a expressão “bem-vindes”. O fato gerou diversas críticas e reclamações nas redes sociais. O conteúdo foi publicado no último dia 10 de março nas páginas oficiais da instituição.
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O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), que se formou em Relações Internacionais pela instituição de ensino, ironizou o uso da linguagem, que não faz parte das regras formais da língua portuguesa.
– Depois de passar num rigoroso vestibular em que o domínio da língua portuguesa é indispensável, bem-vindes à UFRGS! – escreveu.










Nos comentários do vídeo publicado pela universidade, inúmeras pessoas questionaram a utilização do expediente.
– Me pergunto, o que podemos fazer para salvar a língua portuguesa? Se uma reitoria não a conhece e quer salvar o planeta – escreve uma internauta.
– Não existe todes. E não me importo com a orientação sexual de ninguém, gramática correta não tem nada contra sexualidade de ninguém também – disse outra.
Márcia Barbosa é professora do Instituto de Física da UFRGS e pesquisadora. A docente integra a Academia Brasileira de Ciências e a Academia Mundial de Ciências. Entre 2023 e 2024, ela chegou a ocupar o cargo de secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no governo Lula.
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