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Além do caso Suzi: Outros 10 crimes que chocaram o Brasil

Crime cometido por Suzi repercute e reacende discussão sobre cuidados com menores

Camille Dornelles - 10/03/2020 17h20 | atualizado em 10/03/2020 18h23

Crimes contra crianças chocam o Brasil Arte: Pleno.News

O polêmico caso de Suzi, transexual que estuprou e matou uma criança de 9 anos, reacendeu discussões em grupos e redes sociais sobre a punição correta para crimes contra crianças. O presidente Jair Bolsonaro foi um dos que se manifestou sobre o que pensa do caso nesta segunda-feira (9).

– Enquanto a Globo tratava um criminoso como vítima, omitia os crimes por ele praticados: estupro e assassinato de uma criança. Graças à internet livre, o povo não é mais refém de manipulações. Infelizmente a Constituição não permite prisão perpétua para crimes tão cruéis – declarou ele.

Focando na comoção que o caso provoca, o Pleno.News relembrou outros crimes contra crianças que revoltaram o Brasil. Veja abaixo.

Jair Bolsonaro se manifesta sobre caso Suzi Foto: Reprodução

CASO JOÃO HÉLIO
A trágica morte do menino João Hélio, de 6 anos, aconteceu na noite de 7 de fevereiro de 2007, no Rio de Janeiro. Ele estava dentro de um carro que foi alvo de assalto por um trio de criminosos. Os três perceberam que o menino ficou preso pelo cinto de segurança, mas não o liberaram e partiram em alta velocidade. A criança acabou sendo arrastada de barriga para baixo durante sete quilômetros em alta velocidade, mesmo sob avisos de pedestres que viram a cena. O corpo de João Hélio foi encontrado dilacerado preso ao carro abandonado, sem os dedos das mãos, joelhos e cabeça. Quatro pessoas foram presas pelo crime: o motorista, que pegou 45 anos de prisão; o carona, a 44 anos e três meses; e uma dupla de ajudantes a 39 anos de prisão. Um dos condenados foi libertado no ano passado. A morte de João Hélio levou a uma série de passeatas e protestos por maiores punições e mais patrulhamento policial.

Menino Bernardo foi morto pelo próprio pai por desavenças com a mãe Foto: Arquivo pessoal

CASO MENINO BERNARDO
O menino Bernardo Osório tinha 1 ano e 11 meses quando foi morto pelo pai dentro de casa. O crime aconteceu no dia 29 de novembro de 2019 em Brasília. Após as investigações, Paulo Roberto Osório confessou o crime e disse que foi movido por “desavenças com a mãe e avó da criança”. Ele buscou Bernardo na creche, o dopou com medicamentos misturados ao suco de uva e fugiu com o corpo da criança. O criminoso já havia matado a própria mãe, em 1992, e deixou o corpo de Bernardo às margens da rodovia BR-020. Paulo está preso desde o dia 2 de dezembro e seu caso tramita na Justiça.

Isabella Nardoni foi morta e jogada pela janela quando tinha 5 anos Foto: Reprodução

CASO ISABELLA NARDONI
O caso que chocou o Brasil aconteceu em 2008. Alexandre Nardoni, pai da menina, foi condenado a 30 anos de prisão por assassinar a própria filha. Ele e a madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, jogaram a criança de apenas 5 anos da janela do apartamento em que moravam, em São Paulo. Eles viviam no sexto andar. A perícia afirma que Isabella sofreu esganadura e foi espancada antes de ser arremessada, já sem vida. Alexandre foi condenado a 30 anos de prisão e passou para o semiaberto em abril de 2019, mas depois teve que retomar ao regime fechado. Jatobá foi condenada a sentenciada a 26 anos e 8 meses de prisão e segue em regime semiaberto desde 2017.

Bernardo Boldrini foi morto pelo pai e pela madrasta aos 11 anos Foto: Arquivo pessoal

CASO BERNARDO BOLDRINI
Bernardo Boldrini faleceu aos 11 anos, após ser assassinado pelo pai Leandro Boldrini e pela madrasta Graciele Ugulini. O casal também envolveu os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz, movidos por dinheiro. Segundo a polícia, Leandro e Graciele achavam que a criança atrapalhava o relacionamento do casal e, por isso, armaram o crime. Eles cavaram uma cova numa zona de mata de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, e, dois dias depois, mataram e enterraram o menino. Bernardo foi morto com superdosagem do medicamento Midazolam, que foi conseguido no consultório do pai, que era médico. Os quatro foram condenados pelo crime. Graciele pegou 34 anos e sete meses de prisão, Leandro pegou 33 anos e oito meses, Edelvânia a 2 anos e 10 meses, e Evandro pegou nove anos e seis meses em regime semiaberto, mas mudou para a condicional após quatro.

Meninos Kauã e oaquim foram mortos em incêndio criminoso dentro de casa Foto: Arquivo pessoal

CASO KAUÃ E JOAQUIM
No dia 21 de abril de 2018, um incêndio atingiu a casa dos pastores George Alves e Juliana Salles, na cidade de Linhares, Espírito Santo. Após muitas investigações, constatou-se que o fogo foi criminoso e que George tinha a intenção de matar o filho Joaquim, de 3 anos, e o enteado Kauã, de 6. Os meninos foram agredidos, abusados sexualmente e depois carbonizados. O homicídio, segundo a Polícia Civil, foi motivado exatamente para esconder os abusos. O caso chocou as autoridades a ponto de o chefe da Polícia Civil, Guilherme Daré, declarar que era pior do que o da menina Isabella Nardoni, assassinada pelo pai e pela madrasta em 2008. George Alves está preso e espera julgamento por duplo homicídio triplamente qualificado e duplo estupro de vulnerável. As penas máxima somadas chegam a 126 anos. A mãe das crianças, Juliana, também foi presa por saber dos abusos, mas solta meses depois.

Rhuan foi morto em crime hediondo pela mãe e pela companheira dela Foto: Arquivo pessoal

CASO RHUAN
A morte do menino Rhuan Maycon, de 9 anos, foi um caso que chocou o Brasil. O laudo divulgado pela Polícia Civil do Distrito Federal revelou que ele estava vivo quando foi decapitado pela própria mãe, Rosana Auri da Silva Cândido, de 27 anos, com a ajuda da companheira Kacyla Pryscila Santiago Damasceno Pessoa, de 28. Rosana, mãe de Rhuan e a parceira, Kacyla, foram presas em flagrante no dia 1º de junho. O assassinato aconteceu em 31 de maio deste ano. O menino levou uma facada enquanto dormia e, ao acordar, a própria mãe desferiu outros 12 golpes e decepou a cabeça dele. A barbaridade não parou por ai: as mulheres ainda furaram os olhos do cadáver, dissecaram a pele do rosto e tentaram incinerar o corpo em uma churrasqueira. As investigações descobriram que, um ano antes do assassinato, as mulheres amputaram o pênis de Rhuan. À polícia, Rosana alegou que ele queria ser uma menina e por isso fez o procedimento. A mulher ainda afirmou que não sentia amor pela criança e que ele atrapalhava seu relacionamento com Kacyla. Ambas esperam julgamento em júri popular.

Menino Joaquim foi morto com alta dose de insulina Foto: Arquivo pessoal

CASO JOAQUIM
Em novembro de 2013, o menino Joaquim Marques foi morto quando tinha 3 anos de idade. Segundo a Polícia, o padrasto, Guilherme Longo, matou a criança com uma alta dose de insulina e jogou o corpo em um córrego de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. O corpo de Joaquim foi achado no Rio Pardo, na cidade de Barretos (SP). Longo havia fugido para a Espanha, mas foi preso pela Interpol e extraditado ao Brasil. Ele está detido desde janeiro de 2018, mas nega a autoria do crime e aguarda julgamento. A mãe de Joaquim, Natália Ponte, também é acusada de envolvimento e irá a júri popular.

Corpo de Vitória Gabrielly foi encontrado em mata na estrada Foto: Reprodução/Facebook

CASO VITÓRIA GABRIELLY
O corpo de Vitória, desaparecida em 8 de junho de 2018, foi encontrado oito dias depois na zona rural de Araçariguama. A última vez que a menina havia sido vista com vida foi em imagens de câmeras de segurança, quando ela andava de patins perto de um ginásio esportivo. Após muitas investigações, o servente de pedreiro Julio Cesar Lima Ergesse, de 25 anos, foi condenado a 34 anos de prisão pelo homicídio da menina. Ele havia sido motivado por vingança, mas Vitória seria o alvo errado. Julio Cesar teve a ajuda do servente de pedreiro Bruno Marcel Oliveira, 33 anos, e da faxineira Mayara Borges de Abrantes, 24 anos. Os dois permanecem presos mas ainda não foram julgados pelo crime.

Caso Araceli completou 46 anos sem resolução Foto: Wikimedia

CASO ARACELI
Ainda sem conclusão, o caso mais antigo da lista remete ao assassinato da menina Araceli Crespo, que aconteceu em 18 de maio de 1973, em Vitória, Espírito Santo. O crime hediondo foi comprovado após investigações policiais, mas acabou sem culpados. Ela desapareceu e seu corpo foi encontrado seis dias depois próximo ao Hospital Infantil de Vitória. Os jovens Paulo Constanteen Helal e Dante Michelini, de famílias influentes da cidade, foram acusados de dopar a criança com LSD, abusar sexualmente dela e provocar diversos ferimentos letais. Os rapazes, sob efeito de drogas, teriam lacerado os seios, barriga e vagina da menina. Ela chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu à overdose e lesões. A dupla então teria levado seu corpo para um terreno baldio e jogado ácido corrosivo em cima para dificultar a identificação. O sargento responsável pelas investigações foi morto a tiros e o caso esquecido por anos. Apesar de Paulo e Dante serem os principais suspeitos e de terem sido condenados em 1980, recorreram e foram totalmente absolvidos em 1991.

CASO JOÃO ALEXANDRE
Apesar de terrível, é o único caso de violência da lista que não terminou em morte. Em fevereiro de 2003, quando o menino João Alexandre, de Campinas, São Paulo, tinha apenas 1 ano de idade, ele foi atirado contra o para-brisas de uma caminhonete pelo próprio pai. Alexandre Alvarenga arremessou a criança com tal força que estilhaçou o vidro e o bebê foi parar no colo do motorista. O agressor estava junto com a esposa e a filha de 6 anos e levou as duas para dentro de um bosque. O criminoso foi seguido e encontrado batendo a cabeça da menina contra uma árvore, mas foi contido e sedado. A menina teve ferimentos leves e o bebê sofreu traumatismo craniano, mas sobreviveu. Os pais foram presos e encaminhados para um hospital psiquiátrico e um presídio feminino.

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