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Advogada quer indenização de R$ 571 mil da União por kit Covid

Mulher responsabiliza Bolsonaro por sequelas da Covid-19

Monique Mello - 20/10/2021 18h52 | atualizado em 21/10/2021 11h48

Jair Bolsonaro com caixas de hidroxicloroquina
Jair Bolsonaro é defensor do tratamento precoce Foto: Reprodução/Live do Facebook do Bolsonaro

A advogada Manuela Menezes, de 34 anos, entrou com uma ação na Justiça Federal da Bahia contra a União, em especial contra o presidente Jair Bolsonaro. Ela o acusa de ter divulgado o “tratamento precoce” contra a Covid-19, o que a teria “prejudicado” diretamente. O valor pedido de indenização é R$ 571 mil.

A baiana foi diagnosticada com Covid-19 duas vezes em 2021. Quando precisou ser internada, foi tratada com azitromicina e ivermectina no hospital. De acordo com ela, o médico que prescreveu citou o presidente da República para convencê-la a tomar os remédios.

Hoje, a advogada tem sequelas devido à enfermidade, como queda de cabelo e perda de memória, atribuindo-as ao tratamento precoce.

– Tenho problemas psicológicos e físicos. Estou tomando medicamentos devido às sequelas que tive da Covid, e um dos efeitos colaterais é estar proibida de dirigir. São remédios para pessoas que têm acima de 70 anos, para memória – contou a advogada ao Metrópoles.

Manuela conta que sua vida não foi mais a mesma, e, para ela, a responsabilidade deve pesar sobre o presidente Bolsonaro.

– Estou passando situações vexatórias no meu trabalho. Tenho dores de cabeça diariamente. Não consigo nem mais pentear meu cabelo com rabo de cavalo, pois meu cabelo cai muito deste então; tenho vários buracos. Cheguei ao ponto de pensar se foi bom ter sobrevivido à Covid; se isso é uma benção ou uma maldição. O que espero de um governante é que ele seja responsabilizado. Queria que as autoridades tivessem mais atenção [em relação] aos sobreviventes do vírus – complementou.

– O kit de medicamentos imposto à autora, que, desconhecedora de expertise médica, foi submetida a tratamento precoce à revelia das nefastas consequências, não surtiu efeito de prevenção ou cura à Covid-19. Prova disso é que a autora foi infectada novamente pela moléstia – escreveu o defensor Lucas Correia de Lima na ação.

A ação será julgada na 1ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária da Bahia (SJBA). A advogada afirma que, caso ganhe, ela irá direcionar o dinheiro a fundos de Saúde do município de Feira de Santana e do estado da Bahia.

Em nota, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que não houve intimação no mencionado processo.

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