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Opinião JR Vargas: Salvação ou salvamento?

Jesus disse que “o filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19:10)

JR Vargas - 21/02/2018 09h15

Durante anos, ao se falar em salvação nas igrejas, o olhar estava em alcançar os não cristãos e os não cristãos da fé evangélica. No primeiro caso, a referência era aos que estavam longe de Deus, seja vivendo dissolutamente ou apresentando-se como ateus. No segundo, ou seja, nos não cristãos da fé evangélica, a perspectiva estava nos católicos romanos. Os seguidos censos do IBGE revelam uma grande migração como fruto desse movimento. Recentemente, estamos contemplando o fenômeno da “salvação” de membros de outras igrejas evangélicas. Chamo, carinhosamente, esse modo de operação de salvamento.

O salvamento tem o objetivo de atingir o maior número de pessoas de outras igrejas, da mesma ou de outras denominações, independentemente do estado espiritual delas. A premissa é que “lá” elas estão fracas, mas “aqui” serão bem tratadas e estarão mais seguras. Geralmente, os que abraçaram o “salvamento” investem pesado para que esse “público alvo” seja apanhado. As redes, para usar uma linguagem neotestamentária, são grandes e de longa cobertura.

Gostaria, somente a título de exercício, que você pensasse na hipótese se um famoso mergulhador profissional, experiente e com grandes aventuras no currículo, resolvesse mergulhar numa área próxima de você. Ciente de suas qualidades, já apresentadas, você pensaria em chamar os bombeiros no momento em que ele submergisse? Ora, se ele é mergulhador só poderia afundar. O oposto é que seria preocupante. Ele está num ambiente ao qual está plenamente adaptado. Diferente se uma pessoa sem as habilidades de um profissional afundasse, por óbvio, chamar o socorro ou prestar pessoalmente o auxílio seria o recomendável. A questão é que muitos estão querendo salvar os salvos e não os perdidos.

Concluo afirmando que estamos em perigo. O distanciamento do princípio bíblico, anunciado por Jesus, em Lucas 19:10, está nos levando para uma “teologia do salvamento” e não da salvação. Estamos arrancando mergulhadores da água enquanto outros estão se afogando. Lógico que não se trata de uma regra. Todavia, faço aqui a minha reflexão. Valeu muito para mim. Espero que para você também.

JR Vargas é pai do Lucas Campos Vargas; Pastor Plantador da Igreja Presbiteriana das Américas, na Barra da Tijuca, RJ; Radialista, Apresentador do Debate 93, da Rádio 93FM; Escritor; Graduado e Pós-graduado em Comunicação Social e Teologia.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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