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Descontruindo os mitos sobre conversão à beira da morte

Vale a pena ressaltar que conversão implica confissão

Renato Vargens - 21/05/2021 11h46

Descontruindo os mitos sobre conversão à beira da morte Foto: Pixabay

Tornou-se comum vermos os evangélicos, ao receberem a notícia de que uma pessoa incrédula morreu, afirmarem: “Talvez ela tenha se convertido nos instantes finais de sua vida”.

Pois é! O principal texto usado para justificar a conversão de um pecador na hora da morte é o que trata do arrependimento do malfeitor crucificado ao lado de Jesus (Lucas 23:32-43). As Escrituras relatam que, antes de sua morte, este criminoso se arrependeu e reconheceu Jesus como o Aquele que poderia salvá-lo.

“E também eram levados outros dois, que eram malfeitores, para serem executados com ele [Jesus]. Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda. Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes. O povo estava ali e a tudo observava. Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido. Igualmente os soldados o escarneciam e, aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo: Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo. Também sobre ele estava esta epígrafe [em letras gregas, romanas e hebraicas]: Este é o Rei dos Judeus. Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele [Jesus], dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lucas 23:32-43)

Agora, será que esse episódio dá base para que entendamos que toda pessoa, antes da morte, tem tempo para se converter? Penso que não. Aliás, permita-me explicar-lhe por que:

1. Observe que o malfeitor na cruz teve TEMPO para pensar, refletir e decidir, o que não acontece com boa parte dos que morrem repentinamente. Eu já vi pessoas dizendo: “Ah, ele morreu de parada cardíaca. Vai que antes se converteu?” Ou: “Ele teve uma morte rápida num terrível acidente. Será que naquele momento ele não foi salvo?” Penso que não, visto que, em ambos os casos, não houve tempo para isso, porque a morte chegou instantaneamente.

2. Em segundo lugar, vale a pena ressaltar que conversão implica arrependimento e confissão. Se não houve tempo para arrependimento e confissão, não há salvação, até mesmo porque, sem o entendimento de que Cristo é quem salva, não há conversão.

3. Conversão implica o entendimento de que Cristo é o Senhor e Salvador, fruto da regeneração operada pelo Espírito Santo. Portanto, se não houve regeneração, não há confissão e muito menos conversão. Ademais, tenho dificuldade de acreditar que pessoas se convertam por medo do inferno e da vida vindoura. Na verdade, não existe base bíblica para afirmar que o desejo de fugir do inferno leve alguém à conversão. Veja que o criminoso crucificado entendeu ele era culpado e que Cristo era inocente. O criminoso não queria apenas estar em um lugar melhor após a morte. Ele queria estar com Cristo em um lugar melhor. Isso é bem diferente, não é verdade?

Caro leitor, o céu é um lugar maravilhoso porque é onde Cristo está. A questão é que muitos querem ir para o céu sem, contudo, antes ir a Cristo. Não foi o caso daquele criminoso arrependido. Ele entendeu que Cristo era tudo o que ele precisava, por isso herdou a vida eterna.

Pense nisso!

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 32 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É membro dos conselhos do TGC Brasil e IBDR.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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