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Leandro Sauerbronn - 20/12/2017 10h55

Hoje quero partilhar com vocês um pouco de minha história e também falar sobre o Natal.

Minha família veio para o Brasil oficialmente em 1824. Antes disso, um representante de nossa família, o Barão Von Drais de Sauerbronn, um dos inventores da bicicleta, já havia vindo às terras brasileiras a convite de Dom Pedro I. Assim, os Sauerbronn vieram com as primeiras famílias imigrantes alemãs que chegaram ao país. Meu antepassado, o pastor Friedrich Oswald Sauerbronn, chegou no navio Argus, junto com muitos outros.

Em 3 de maio de 1824, o Pastor Sauerbronn fundou a Comunidade Evangélica de Confissão Luterana, na cidade de Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro. Aqueles eram tempos difíceis. Ainda havia muita perseguição aos protestantes; mesmo assim, os alemães caíram no gosto do Imperador e ajudaram a tocar o crescimento deste nosso imenso país.

Mas o que a história de minha família tem a ver com o Natal?

Explico: sou agnóstico, mas criado dentro dos princípios cristãos. Frequentei durante grande parte da minha infância a Primeira Igreja Batista de Niterói e sei o quê o Natal significa para todos os cristãos. Hoje, infelizmente, o Natal é uma “festa comercial”, mas seu sentido original ainda é preservado na maioria dos lares cristãos.

O Natal foi comemorado em épocas distintas, pois não sabemos precisar a data do nascimento de Jesus. No entanto, o dia 25 de dezembro foi escolhido no século IV, pelos romanos. Essa era a data que marcava o início do inverno; e essa é a explicação mais aceita para a escolha da data como nascimento de Cristo.

As antigas comemorações do Natal duravam mais de 10 dias, pois simbolizavam o tempo que os três Reis Magos levaram para chegar até Belém.

Hoje, o Ocidente e até o Oriente se baseiam comercialmente no calendário cristão, tendo o ano 1, de nossa era, marcado pelo nascimento de Jesus.

Essas tradições de comemoração e a certeza do nascimento de Cristo chegaram até nós. Mas há algo que possivelmente você não saiba. E quero partilhar aqui: Acredita-se que Martinho Lutero, o grande reformador cristão, caminhava pela floresta e ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos pela neve e com o céu estrelado, no inverno, época de Natal. Assim, Lutero reproduziu o que havia visto, em casa, com galhos de árvores, algodão e enfeites. Fez isso tudo para mostrar aos familiares o que vira na floresta.

Daí vem a minha família: Foi com o Pastor Sauerbronn e com os outros imigrantes alemães que essa tradição chegou ao Brasil. Hoje a árvore de natal simboliza paz, alegria e esperança.

Mas, para mim, na infância, o Natal, além de simbolizar o nascimento de Jesus, representava também a época que a família se reunia, trocava os presentes, as crianças brincavam. Era a melhor época do ano, mesmo eu não entendendo o calor e não vendo neve nenhuma.

Hoje, a família é o pilar mais importante de minha vida. E, com toda a certeza, os preceitos que aprendi com os cristãos foram fundamentais para tocar a minha vida e agora repassá-los a meu filho.

Hoje também, sempre quando posso, paro na pequena Igreja Luterana, em Nova Friburgo, homenageio os meus antepassados e sempre lembro que foi pela fé que eles atravessaram o oceano, muitos morreram, mas alguns persistiram e venceram.

É assim que entendo que o valor do Natal estará ligado à minha família para sempre.

Um Feliz Natal para todos!

Leandro Sauerbronn é aficionado por carros e motores; possui ferrugem e gasolina nas veias desde de nascença; começou a estudar o automóvel muito cedo, ainda criança. Hoje se tornou restaurador, customizador e educador; ensina a nobre arte da mecânica em seu curso.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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