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O deus dos teólogos da prosperidade

"Um dos mais graves equívocos da igreja evangélica é querer um cristianismo sem cruz"

Renato Vargens - 14/12/2020 12h43

O deus dos teólogos da prosperidade Foto: Freepik

Quando observamos os cultos de algumas igrejas chegamos a conclusão que o deus cultuado pelos membros destas comunidades não é o Senhor e sim, Mamon.

Nessas igrejas o dinheiro é o assunto principal. Nessa perspectiva, os louvores entoados falam sobre prosperidade, a pregação dos pastores é sobre riquezas e nos avisos dados comunicam eventos e correntes mágicas cujo principal foco é a bênção financeira.

Pois é, diante do exposto afirmo sem a menor sombra de dúvidas que o deus dessas igrejas não é o Senhor que nos salvou da condenação eterna. Na verdade, o deus servido e venerado pelos adeptos desta falsa teologia é o dinheiro.

Ora, Jesus disse que não é possível servir Deus e a Mamon, pelo fato de que ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicar a um e desprezar o outro. (Mateus 6:19-24)

A ORIGEM DE MAMOM
Bom, Mamon é uma expressão aramaica para personificar um dos mais poderosos deuses de todos os tempos: o dinheiro. O adjetivo Mamom, deriva do verbo aramaico aman (sustentar) e significa amor às riquezas e dedicação avarenta aos interesses mundanos.

Caro leitor, diante do ensino de Jesus, sou tomado pela convicção de que Igrejas que só falam em dinheiro são Igrejas falsas. Há pouco soube de uma comunidade dita cristã que resolveu realizar a campanha dos cinco dias de prosperidade. Em igrejas deste naipe a cruz não é pregada, o senhorio de Cristo não é ensinado, o pecado não é confrontado e a soberania divina relativizada por decretos e ordens imbecilizadas a um deus idiotizado.

Lamentavelmente os teólogos da prosperidade têm pregado um evangelho muito diferente do evangelho da Bíblia. Em dias tenebrosos como os nossos, muito se tem falado sobre vitória, bênçãos e prosperidade. Contudo, quase não ouvimos mais pregações sobre a centralidade da Cruz. O pastor anglicano John Stott certa vez afirmou que um dos mais graves equívocos da igreja evangélica é querer um cristianismo sem cruz.

A cruz de Cristo deve ser a nossa mensagem central. A morte do Cordeiro que tira o pecado do mundo deve ser a nossa proclamação. O sangue justo derramado na cruz a favor dos eleitos deve ser a nossa ênfase principal. A cruz é o centro da história do mundo. A encarnação de Cristo e a crucificação de nosso Senhor são o centro ao redor do qual circulam todos os eventos de todos os tempos.

Prezado amigo, diante do exposto permita-me lhe alertar dizendo que se a igreja que frequenta é daquelas que intermitentemente fala em dinheiro e prosperidade, sem contudo, proclamar a salvação pela graça mediante a fé em Cristo, ela não é uma igreja cristã e sim uma falsa igreja, cujo Deus não é o Senhor e sim o dinheiro.

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 32 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É membro dos conselhos do TGC Brasil e IBDR.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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