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A integração dos meios de comunicação

O 5G reduz drasticamente a latência, revolucionando a precisão das interações

Arolde de Oliveira - 10/09/2020 10h48

Três campos principais integram o universo maior da comunicação Foto: Freepik

“A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo que possuis, adquire o conhecimento.” (Provérbios 4:7)

Para entender melhor este momento tecnológico da comunicação é necessário uma revisão, mesmo que superficial, dos principais conceitos e marcos da evolução que nos trouxe até os dias atuais.

Precisamos reafirmar que o homem é o sujeito e o objeto do processo comunicativo. A manifestação humana de sentimentos, intenções e conhecimentos se efetiva como comunicação quando interpretada pelo seu interlocutor. Símbolos, códigos e tecnologia interagem no mecanismo dando conteúdo e destino à mensagem, bem como, avaliando seus efeitos e corrigindo sua formulação.

Três campos principais integram o universo maior da comunicação: a telecomunicação, a comunicação de massa e a informática.

A telecomunicação abrange um conjunto de meios físicos basicamente assentado em tecnologia eletroeletrônica, que permite, usualmente, um fluxo bidirecional de informações entre indivíduos, entre indivíduos e máquinas ou, simplesmente, entre máquinas.

A comunicação de massa se caracteriza pela unidirecionalidade do fluxo de informações e pelo grande número, massa, de indivíduos receptores. Além dos meios e mecanismos de difusão, engloba a produção científica da mensagem, cujos códigos variam de acordo com o segmento humano alvo da informação.

A informática é o campo mais recente da comunicação, pelo menos com o sentido genérico e abrangente de coleta, armazenamento e processamento de dados. Tem seu suporte físico em máquinas e equipamentos eletrônicos (hardware), e seu processo inteligente fundamentado na lógica e na matemática (software).

Caracteriza-se pelas possibilidades que dá ao ser humano de ultrapassar as fronteiras de suas limitações biológicas no acesso ao conhecimento e no controle de processos.

A acumulação do conhecimento científico e o desenvolvimento tecnológico fizeram com que esses três campos da comunicação de origens e empregos diversos, que, inicialmente trilharam caminhos paralelos, convergissem para uma base sistêmica integrada, a Internet – REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES, aumentando-lhes exponencialmente as potencialidades de emprego em todos os setores da atividade humana.

A Internet pode ser entendida de forma simplificada como uma rede de computadores em níveis de provedores/servidores e de acesso, cuja interligação é garantida pela malha internacional de telecomunicações. Engloba, portanto, o acesso, a coleta, o armazenamento, o processamento e a transmissão de informações em linguagem digital, comunicação de dados.

As mensagens de controle, de texto, de áudio e de vídeo, ou qualquer combinação delas, circulam na Internet como pacotes de dados codificados na origem e decodificados no destino.

Daí a importância da velocidade de conexão que é proporcional à largura da banda de acesso, quanto mais larga maior a velocidade e menor o tempo consumido para a mensagem chegar ao seu destino. Esse atraso devido à velocidade da Internet é conhecido como latência. Existe também o atraso causado pela propagação eletromagnética ou óptica na velocidade da luz, usualmente conhecido como retardo (delay).

Por essa razão a tecnologia de quinta geração (5G), ao proporcionar bandas de acesso extremamente largas, reduz drasticamente a latência, revolucionando a precisão das interações na Internet, principalmente entre pessoas e máquinas e entre máquinas.

As comunicações digitais associadas às tecnologias desta era do conhecimento, como a inteligência artificial, a robótica, a nanotecnologia, a Internet das Coisas, big data, realidade virtual, entre outras impactam de forma disruptiva nas relações em todas as áreas da sociedade, impondo uma acelerada revisão e modernização do aparato legislativo pré-existente.

O estabelecimento das regras de interação social, não acompanha a velocidade imposta pelas demandas dos novos paradigmas de relacionamento, criando uma lacuna legislativa de direitos e obrigações, ou seja, um espaço anárquico de transição cuja consequências são imprevisíveis.

Será sobre as mazelas dessa transição, na qual a sociedade já está mergulhada e que, a cada dia, reforça mais seus contornos de perdas de identidade, de incertezas, de inseguranças, de desesperanças e de ansiedades, que as autoridades e lideranças responsáveis pelo destino da nação deverão cada vez mais voltar suas atenções.

Arolde de Oliveira é engenheiro e economista. Foi deputado federal por nove mandatos e atualmente é senador pelo estado do Rio de Janeiro.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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