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Qual será a marca da besta?

A Palavra de Deus aponta para um personagem escatológico que reunirá toda a maldade

Renato Vargens - 29/07/2020 12h34

Uma das coisas que mais desperta a curiosidade dos cristãos e que ao longo dos séculos tem gerado especulações é a chamada marca da besta, ou sinal do anticristo. Mas, afinal de contas, o que seria isso? Que marca é essa? O que de fato as Escrituras têm a dizer sobre isso?

Antes de tratarmos efetivamente do assunto é importante que entendamos que o livro de Apocalipse é um livro simbólico, com um estilo literário distinto e que aponta para verdades relacionadas ao tempo do fim.

Em segundo lugar ao tratarmos do anticristo é mister que entendamos que ao longo dos séculos tivemos manifestações anticristãs que perseguiram a igreja de Cristo. Em outras palavras, podemos afirmar que tivemos “anticristos” agindo na sociedade perseguindo os crentes. Contudo, apesar disto, ao tratar do anticristo, a Palavra de Deus aponta para um personagem escatológico que reunirá toda a maldade dos impérios e governos totalitários.

Nessa perspectiva é possível afirmar que o anticristo será uma pessoa. A Bíblia o chama de o homem da iniquidade, o filho da perdição, o abominável da desolação, a besta que emerge do mar. Ademais, a Palavra de Deus diz que o seu número é 666, o que por si só tem gerado muitas discussões entre os cristãos quanto ao seu significado.

Existem muitas teorias especulativas que tentam estabelecer o que de fato é a marca da besta e o número 666. Eu particularmente já vi pessoas, por exemplo, afirmando que a marca da besta seria o código de barras que identificam os produtos nas gôndolas das lojas e mercados, ou o “www” usado na internet, ou mesmo um chip que seria introduzido no corpo humano.

Segundo o pensamento de boa parte dos intérpretes, a marca do anticristo em forma de chip será usada como uma forma de controle social. Portanto, todos os homens que quiserem sobreviver no mundo deverão ser marcados e quem não tiver a marca da besta e não adorar ao anticristo como deus, não poderá comprar ou vender, sofrendo, portanto, severa perseguição. (Apocalipse 13:5-8; 16-17)

Agora, existe uma outra interpretação sobre a marca da besta que eu me identifico melhor. Essa posição teológica entende que de certa forma essa marca esteve presente em todas as gerações, isto é, nas gerações que nos precederam e que o diabo sempre teve seus adoradores, os quais foram marcados por ele.

Em outras palavras, isso quer dizer que a marca da besta aponta para o fato de que uma pessoa pertence ao grupo contrário a Cristo e seus seguidores, de modo que em tudo o que ela pensa, diz, escreve ou faz, reflete o espírito anticristão que a governa, deixando evidente que, de uma forma ou de outra, suas ações ou filosofias são opostas àquilo que a Igreja de Cristo acredita e defende.

Portanto, quando Apocalipse defende que mão e fronte serão marcados pelo anticristo escatológico, ele não está falando de um chip, ou coisa similar que identifique o adorador da besta. Na verdade, eu entendo que as Escrituras ao mencionarem a mão direita bem como a fronte se refere às obras e as ações de uma pessoa, que de forma voluntária reza sob a cartilha maligna do anticristo aprovando, bem como praticando os pervidos valores deste mundo. Em outras palavras, receber a marca da besta na fronte e na mão direita, significa que uma pessoa que pertence a este sistema se oporá a Cristo e seus seguidores.

Quanto ao número 666, segundo a ortodoxia cristã, 7 é o número da perfeição e 6, é o número do homem caído, o que aponta para a imperfeição do homem da iniquidade. O anticristo escatológico será um homem completamente corrompido, um simulacro de Cristo, um mentiroso e iníquo, inimigo dos cristãos e da Palavra de Deus. Ele receberá poder da parte de satanás, falará blasfêmias, perseguirá os cristãos e incutirá de forma sutil, conceitos, valores e princípios plenamente opostos a Santa e maravilhosa Palavra do Senhor. Contudo, as Escrituras afirmam que o Senhor Jesus em sua vinda com o sopro de sua boca o destruirá. (2 Tessalonicenses 2:1-10)

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 24 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É também colunista e articulista de revistas, jornais e diversos sites protestantes.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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