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Compras de vacinas e de respiradores

A grande causa estimuladora de mortes e de corrupção foi a não aquisição centralizada pelo governo federal de respiradores, equipamentos de proteção individual, testes e leitos

Esperidião Amin - 01/07/2020 12h41

Já imaginaram se a vacina contra a gripe fosse comprada pelas prefeituras? Quantas CPIs nós teríamos no Brasil? Porque a vacina é uma commodity. Digo à sorte os respiradores, que são uma commodity mais complicada.

Mas, se os 15 mil respiradores – isso vale para EPI, vale para leito, vale, enfim, para todas as coisas comuns neste continente de diversidade – anunciados em fevereiro tivessem sido efetivamente adquiridos, quantas CPIs a menos nós teríamos pelo País? Quantas reputações não estariam sendo destruídas só pelos respiradores? Pega Pernambuco, pega Santa Catarina, São Paulo… Rio de Janeiro, nem se fala! Então, não há algoritmo que resista. É um absurdo que não se tenha concentrado, centralizado o que é comum para fazer uma compra, como fazem até supermercados, que, na hora de comprar bacalhau se associam porque é Páscoa.

Então, nós estamos reféns dessa forma improvisada, açodada porque não se concretizou uma compra anunciada: 15 mil respiradores. Há várias lendas sobre esse assunto. Os chineses pagaram a multa e entregaram para os americanos.

É um absurdo que não se tenha concentrado, centralizado o que é comum para fazer uma compra

Um exemplo de acompanhamento tão contemporâneo quanto possível para evitar as fraturas expostas que nós estamos tendo, como se não tivesse havido uma advertência. É evidente que, se algo que é comum a 5,57 mil Municípios, aos 26 Estados – que é comum, que não é peculiar – deixa de ser comprado em escala, deixa de ter o tratamento em escala, ele vai pipocar no varejo e isso ainda pode ser evitado. E, se não puder ser evitado, deve ser apontado exemplarmente.

A grande causa estimuladora de mortes e de corrupção foi a não aquisição centralizada pelo governo federal, ainda que anunciada, de respiradores, equipamentos de proteção individual, testes e leitos. O país se perdeu em dúvidas e confrontos decorrentes da incompreensão de que somos uma Federação em um continente de desigualdades.

GLOBALIZAÇÃO PÓS PANDEMIA

A globalização pós-pandemia vai ser modificada. Haverá expertise que só alguns países poderão manter, como por exemplo, a agroindústria. O que está nos salvando em matéria de exportação? A agroindústria! Temos que modificar nossa dependência trágica e histórica de matéria prima, ou seja, commodities.

CRISE POLÍTICA NO PAÍS

Pior do que o coronavírus, é o vírus do ego, que está acontecendo nesta pandemia. Vírus do ego federativo, que abrange todas as instituições.

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Sem fundo garantidor de empréstimos, sociedade de garantia solidária, banco cooperativo, organizações não governamentais que emprestam, não terão dinheiro para entregar. As médias e grandes empresas estão tendo acesso ao crédito, com juros menores.

Já o micro e pequeno empresário, apesar da disponibilidade de recursos, não recebe, porque o banco não empresta se você não tem garantia.

Eu considero fundamental que nós tenhamos através dos fundos garantidores, os recursos na torneira, que vão permitir que as micro e pequenas empresas evitem o desemprego, que seria a segunda mais dolorosa catástrofe que nós acompanharíamos agora.

Esperidião Amin é senador da República por Santa Catarina, onde nasceu e foi criado. Graduado em Direito e mestre em Administração, é também autor de oito obras publicadas. Dentre elas, Solidarismo: Mais do Que Nunca, atual, de 1997.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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