O insano Grupo B do Rally – Parte Final
A criação do Grupo S
Leandro Sauerbronn - 08/11/2017 10h32
O Grupo B, como dissemos na matéria anterior foi a categoria mais insana que existiu, criando bólidos de mais de 800 cv; isso em pistas de terra, cascalho ou no gelo.
Por causa de acidentes a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) decretou o fim da categoria, e logo em seguida, tentou substituir por outra categoria com mais regras. Foi criado então, o Grupo S, no qual os carros passaram a ter motores 2.4 litros no máximo para aspirados, ou 1.2 litros no caso de usarem turbo. A potência máxima ficou mais restrita, o carro teria que ter gaiolas de aço padronizadas e o peso mínimo seria de 1.230kg. As rodas não poderiam ter mais de 16 polegadas de diâmetro, haveria limitações de aerodinâmica, e também não poderiam acontecer modificações no projeto durante a temporada.
A homologação por outro lado ficou mais fácil para os fabricantes, bastaria eles produzirem e comercializarem dez unidades em vez das 200 unidades necessárias do Grupo B.
A regulamentação completa do Grupo S ficou pronta e foi revisada em 1 de janeiro de 1987. Alguns carros foram criados e outros do Grupo B adaptados à nova categoria como: FORD RS200S, LADA EVA/S-Proto, Lancia ECV/SE042, Mazda RX7S, MG Metro 64R, Mitsubishi Starion 4 WD, Moskovich 2141-KR, Peugeot 205/405 T16, SEAT Ibiza Bi-Motor, Skoda 160 RS MTX, Toyota 222D, Opel Kadett E 4S.
Esses carros foram os iniciais da categoria, que perdurou até 2006, quando entrou em recessão e, novamente, a FIA mudou as regras do Mundial de Rally (FIA WRC). Mas nunca foi a mesma que o GRUPO B.
A Audi chegou a fazer dois protótipos baseados nos modelos anteriores vencedores da marca no Grupo B, fez o AUDI QUATTRO MID-ENGINE e o AUDI Sport QUATTRO RS 002; eles nunca competiram e eram “secretos” até bem pouco tempo.
Audi Quattro Mid-Engine e Audi Quattro RS 002
Peugeot 405 T16
A Peugeot participou com o modelo 405 Turbo 16, um carro que além do Grupo S participou com algumas modificações da subida de Pikes Peak, nos Estados Unidos, e do Rally Paris-Dakar.
Opel Kadett E 4S
A alemã Opel e a inglesa Valxhall eram, na época, divisões da GM na Europa; mas sempre foram muito independentes da matriz americana, tanto que seus modelos eram bem diferentes dos modelos americanos. E, no Rally não poderia ser diferente, a versão da Opel foi o Opel Kadett E 4S.
Algumas mudanças foram feitas no mundial de Rally de 2017 visando a procura do público, assim como era nos anos 80. Por enquanto está longe ainda da loucura do Grupo B, mas já é um grande passo.
Hoje o regulamento permite motores de até 1.6 litros, com até 380 cv. Os carros podem pesar a partir de 1.175 kg e há uma excelente relação peso-potência. Nós, saudosos fãs dos clássicos esportivos dos anos 80, temos fé que ainda apareçam algumas versões de rally.
Abraços e pé no Porão!
Leandro Sauerbronn
Leandro Sauerbronn é aficionado por carros e motores; possui ferrugem e gasolina nas veias desde nascença; começou a estudar o automóvel muito cedo, ainda criança. Hoje se tornou restaurador, customizador e educador; ensina a nobre arte da mecânica em seu curso. |
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