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Uma das piores sensações do mundo

Quantas não são as vezes que choramos por alguém que nos esqueceu

Renato Vargens - 30/03/2020 10h44

Alguém já disse que uma pessoa ingrata assemelha-se àquela que apunhalou alguém pelas costas.

Uma dos piores experiências que alguém pode ter na vida é a ingratidão. Quantas não são as vezes que choramos pelo fato de que dedicamos tempo, anos, atenção e recursos a alguém que nos esqueceu ou abandonou. Outro dia soube da história de uma mãe que lamentava o fato de ter sido esquecida pelo filho. Por anos a fio, esta senhora trabalhou como empregada doméstica para que seu “menino” se formasse em medicina. Agora, disse ela, depois de médico formado, ele me abandonou tratando-me com ingratidão.

Lutero comumente dizia que existem três cachorros perigosos: a ingratidão, a soberba e a inveja, e que quando mordem deixam uma ferida profunda. Shakespeare costumava dizer que possuir um filho ingrato é mais doloroso do que a mordida de uma serpente; já, Miguel de Cervantes afirmava que a ingratidão é filha da soberba.

Pois é, a ingratidão de vez em quando se faz presente em nossos relacionamentos, e ser alvo dela é absolutamente estarrecedor. Comumente recebo em meu gabinete inúmeras pessoas que se queixam das ações e reações de amigos e entes queridos que por motivos banais esqueceram no canto da existência expressões de afetividade e amor. Tais indivíduos influenciados pela soberba e arrogância, desenvolveram em seus corações um espírito indolente e debochado onde a autosuficiência se faz presente.

Ora, sofrer ingratidão por parte daqueles com quem nos relacionamos é extremamente dolente. Infelizmente num mundo “ensimesmado” e egoísta como o nosso, tornou-se comum encontrarmos nas estradas da vida pessoas ingratas. O apóstolo Paulo afirmou em sua segunda carta a Timóteo de que nos últimos tempos os homens seriam amantes de si mesmos. Na verdade, segundo Paulo, a geração dos últimos dias estaria muito mais preocupada com seu próprio umbigo, do que com a dor do próximo.

O imperador brasileiro Pedro II, em um esplêndido soneto sobre a ingratidão afirmou que “a dor que maltrata, a dor cruel que o ânimo deplora que fere o coração e quase mata, é ver na mão cuspir, à extrema hora, a mesma boca aduladora e ingrata, que tantos beijos nela deu outrora”.

Pense nisso!

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 24 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É também colunista e articulista de revistas, jornais e diversos sites protestantes.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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