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Educação Financeira nas escolas brasileiras agora é realidade

A obrigatoriedade foi estabelecida em 2017, mas começará a ser aplicada neste ano

Anderson de Alcantara - 04/02/2020 18h46

A decisão tomada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) de introduzir a Educação Financeira nas escolas brasileiras, conforme as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), passa a valer esse ano. O assunto passará a ser ensinado nas escolas brasileiras desde a educação infantil até o ensino médio.

A obrigatoriedade foi estabelecida em 2017, mas começará a ser aplicada neste ano. Como a matéria não fará parte da grade de ensino, cabe às escolas inserirem o novo conteúdo de forma transversal, nas disciplinas lecionadas, conforme o plano pedagógico de cada uma.

Eu sou um entusiasta desta ideia! Um dos grandes problemas do nosso país, é que hoje a maioria dos brasileiros adultos não teve nenhuma aula de Educação Financeira ao longo dos anos que passou pela escola. Isso se traduz no alto índice de endividamento da população, do baixo nível de conhecimento dos instrumentos financeiros e, consequentemente, dos grandes lucros dos bancos e financeiras por aqui.

Leciono Educação Financeira para crianças do 1º ao 4º ano em uma escola aqui na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e posso afirmar que o interesse dos pequenos pelo tema é grande. As descobertas despertadas através da explicação dos conceitos, e dos exercícios práticos em sala de aula, trazem resultados positivos para dentro de casa – o que pude observar na primeira reunião de pais e mestres que participei, seis meses depois da implantação da disciplina na escola.

É importante compreender e respeitar a maturidade de cada criança. A Educação Financeira é baseada em quatro pilares: ganhar, gastar, poupar e doar. Muitas vezes nós adultos passamos para as crianças a impressão errada do trabalho, da forma como ganhamos o nosso dinheiro.

Quando uma criança pergunta ao pai ou à mãe porque ele/a tem que sair para trabalhar hoje, geralmente os adultos respondem mal-humorados: “Para ganhar dinheiro para pagar nossas contas!” Essa é a pior coisa que se pode fazer com uma criança! Ao dizer isso de forma negativa, você não está dando noção de responsabilidade – como pensa fazer. Mas sim, está construindo na mente dela uma associação negativa entre o trabalho, o dinheiro e bem-estar. Não crie essa maldição na criança! Conserte esse raciocínio. Já falei sobre isso aqui no Pleno.News logo no começo deste espaço (clique aqui para ler).

Quanto mais cedo a noção do dinheiro é introduzida na vida da criança, maior será a capacidade de administração financeira. O objetivo da inclusão desta disciplina nas escolas brasileiras – em conformidade com o que já acontece há décadas, principalmente em países do primeiro mundo – é preparar os alunos para que desenvolvam o hábito de poupar e oferecer conhecimento. Assim, quando adultos, vão tomar decisões mais conscientes enquanto consumidores e avaliar os produtos financeiros mais adequados, de acordo com o perfil e objetivos de cada um.

Aproveite o início do ano letivo e pergunte na escola de seu filho como eles pretendem incluir a Educação Financeira nos estudos! Participe!

Por hoje fico aqui, lembrando que, caso você tenha alguma questão ou dúvida relacionada a Finanças Pessoais, envie-a para redacao@plenonews.com.br e eu terei o maior prazer em responder e tentar lhe ajudar.

Forte abraço, sucesso, fiquem na paz, e até semana que vem se Deus quiser!

Anderson de Alcantara é profissional do mercado financeiro há 30 anos, onde atua como como Planejador Pessoal; e é Professor Titular do Ministério Videira – Educação Financeira à luz da Bíblia.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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