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De carrinhos de ferro aos esportivos de verdade

Leandro Sauerbronn - 13/10/2017 11h43

Esta semana comemoramos o Dia das Crianças e, com certeza, muitos marmanjos sentem saudades da época em que foram crianças, com suas brincadeiras, das reuniões familiares e, principalmente, dos brinquedos.

Nos anos 70 e 80, que fizeram parte da minha infância, existia uma gama de brinquedos, muitas novidades apareciam a cada ano, os carrinhos ainda eram bem populares e bem acessíveis e todo menino gostava de ganhar.

Os carrinhos de ferro da marca inglesa Macthbox eram os melhores que tínhamos, coleções e mais coleções temáticas existiam, desde o carro de polícia até o de F1. Hoje são os Hot Wheels que fazem esse sucesso. Lembro que existiam os carros que funcionavam com pilhas, uns tinham que abastecer com água para funcionar, simulava o uso do álcool como combustível. Também existiam os famosos autoramas da Estrela, com Fittipaldi, Piquet e Senna estrelando nas capas.

Tudo isso despertou verdadeiras paixões pelos carros. Alguns garotos sabiam até os motores usados nos carros de F1, os pilotos, as equipes e quando seria cada corrida, mesmo quando não existia a cobertura que se tem hoje. Sempre quando passávamos em alguma oficina, queríamos rolamentos usados para a fabricação dos nossos carrinhos de rolimã, o que sempre me garantia, em particular, uma perna ralada do asfalto, mas compensava e muito.

Carrinhos de rolimã, diversão na certa

Foi uma época que passou voando e chegou a adolescência. Os carrinhos aos poucos foram ficando guardados no canto. E como muitos garotos dessa época tinha posteres de carros esportivos na parede, meu preferido era o Porsche 911 Turbo de 1986 e vermelho. Eu achava que aquela cor havia sido feita para aquele carro alemão fantástico. Também me lembro de que consegui um poster do Jaguar, pilotado pelo brasileiro Raul Boesel nas 24 horas de Le Mans de 1987.

O preto também é lindo 😉
Jaguar XJR-8

Outro poster, talvez o mais famoso desse tempo, era o da Lamborghini Countach. Existiam muitos desses, alguns com modelos, pilotos, outros destacando as famosas portas “Tesouras” que eram o máximo nos esportivos da época. Ferraris, Mercedes, BMWs também eram figurinhas carimbadas nas paredes dos garotos dos anos 80.

Lamborghini Countach

E, como adolescente sonha, a mente imaginava como seriam os interiores, a pilotagem desses bólidos, a aceleração desses potentes motores. Aos poucos, apareceram os videogames e computadores de 8 bits com simuladores precários, mas já se podia ter uma vaga ideia da emoção que era pilotar um destes.

Jogo do MSX – Chase HQ – 1988
Jogo OutRun – Master System

E quem lembra do jogo Super Trunfo? Vinham as fichas técnicas dos carros, diversos temas automotivos, desde clássicos, esportivos, carros de corrida, dragster. Era a maior diversão e brincávamos por horas com aquelas cartas, virávamos verdadeiros “especialistas” de carros.

Super Trunfo

Outro brinquedo que eu apreciava muito eram os modelos da Revell. Cada carro de sonho você podia ter nos mínimos detalhes, com inúmeros modelos disponíveis, que só dependia da sua própria habilidade de montar e pintar.

Hoje não existem mais crianças das décadas de 70 e 80, todos já cresceram :). Mas os brinquedos são adquiridos para coleções, para os filhos e quando se tem oportunidade de ter aquele carrão que sonhava quando adolescente, com certeza irá ter, ou alguém ainda tem dúvida sobre o lindo Porsche 911 Turbo de 1986 se um dia comprarei um?

Em uma parte da minha adolescência, eu ganhava as revistas que meus tios liam, 4 Rodas, Motor 3, a saudosa Oficina Mecânica, dentre outras, ficava fissurado com os projetos como o famoso Chepala (Chevette com motor de Opala), com muitas dicas de mecânica, testes, comparativos e com os lançamentos dos esportivos, dava até para ganhar um troquinho.

Hoje vejo as crianças em tablets e celulares deixando de lado esses brinquedos e, principalmente, as brincadeiras com os amigos, enfiadas dentro de casa. Claro que os tempos eram outros e pergunto: Será que as novas gerações se interessarão pelos carros assim como nós? O que faz cada colecionador e cada entusiasta uma espécie de biblioteca ambulante, guardando consigo muitas boas histórias, fichas técnicas e dicas valiosas.

Pé no Porão!

Leandro Sauerbronn

Leandro Sauerbronn é aficionado por carros e motores; possui ferrugem e gasolina nas veias desde de nascença; começou a estudar o automóvel muito cedo, ainda criança. Hoje se tornou restaurador, customizador e educador; ensina a nobre arte da mecânica em seu curso.

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