Marcelo Penido - 03/09/2019 08h23

O dia 8 de julho de 2014 ficou marcado na história como o da maior vergonha do futebol brasileiro: numa semifinal de Copa do Mundo, sediada no Brasil, a seleção foi goleada por incríveis 7 a 1 pela Alemanha. Cinco anos se passaram desde aquele vexame, mas nem todos tiraram lições do episódio. Na CBF, por exemplo, pouca coisa mudou.

Para o treinador do 7 a 1 também. Luiz Felipe Scolari se manteve fiel às suas convicções de futebol reativo, de defesa sólida e contra-ataques em velocidade e se fechou para o grande aprendizado que um trauma como aquele poderia oferecer, uma nova direção.

Scolari nunca foi um grande estrategista, se notabilizou por ser capaz de unir o grupo através de discursos de força e superação. É o chamado motivador! E precisamos ser honestos, é uma abordagem que funciona, tanto que Felipão é extremamente vencedor, mas só ela não é mais suficiente. Não nas principais ligas.

Os times dele têm baixos índices de posse de bola e acerto de passes, indo na contramão dos principais centros do futebol mundial. No Brasileirão o Palmeiras só tem média de passes certos superior à CSA e Goiás e tem apenas a décima segunda melhor média de posse de bola. Muito pouco.

Depois do 7 a 1, 3 a 0 para o Flamengo no Brasileirão. Mas tem o 1 a 1 com o Internacional no placar agregado das quartas de final da Copa do Brasil, o 2 a 2 com o Grêmio no agregado das quartas da Libertadores, além do 0 a 0 diante do São Paulo nas semifinais do Paulistão. Isso para citar apenas este ano. Fim da linha no Palmeiras e nova chance para Felipão repensar seu estilo de jogo: não é porque deu certo um dia, que vai dar para sempre. É preciso evoluir para que não venham outros “7 a 1”. O futebol agradece.

Marcelo Penido é jornalista especializado em Gestão, Marketing e Direito Esportivo com passagens pelas rádios CBN, Globo e Tupi e pela TV Band News. Filho do locutor Luiz Penido, nasceu no meio do futebol e é apaixonado pelo esporte. Nesse espaço vai falar sobre o dia a dia dos principais clubes do Brasil.