As férias acabaram (e o dinheiro também)! E agora?
Tudo o que é bom dura pouco. Agora é hora de encarar com seriedade o trabalho e as contas a pagar
Anderson de Alcantara - 30/07/2019 13h54
E aí? Curtiu bem as férias de meio de ano? Ao longo deste mês de julho eu lhe dei algumas dicas aqui sobre como se divertir com as crianças sem gastar muito; sugestões de livros e filmes para você aproveitar seu tempo livre e aumentar seu conhecimento sobre finanças. Também ajudei os casais a abrir/melhorar o canal de diálogo sobre este assunto. Mas, como o que é bom dura pouco e nem todo mundo tem as férias de 700 dias do apresentador Evaristo Costa, é hora de encarar a realidade.
O fim do período de férias normalmente costuma preocupar as pessoas. Com viagens mal planejadas e gastos não calculados, há consequências para a economia familiar nos meses seguintes.
Quando as finanças da casa estão bem organizadas, cada época do ano é atravessada com tranquilidade pois houve planejamento anterior – independente do padrão de renda da família. Esse planejamento não deve ser feito uma semana antes de cada evento. Ele deve ser feito a todo o momento, com adequação das férias, festas, reformas, até a formação de uma poupança prévia para cada fim. Isso faz toda a diferença para permanecer tranquilo o ano inteiro.
Como eu já havia citado numa coluna anterior, dinheiro não é nada sem controle (clique aqui para ler). Por isso, mais do que nunca (e já está tarde!) é hora de fazer seu ORÇAMENTO DOMÉSTICO (seja por meio de um caderno, planilha ou aplicativo) com todos os gastos e as receitas da família. Assim, será possível manter as finanças controladas após o fim das férias.
Fazendo isso, entenda de uma vez por todas como o dinheiro se movimenta dentro da sua casa e obedeça a estes princípios:
Gaste depois de receber
Para não se enrolar nas finanças, troque todos os vencimentos de suas contas para 1 ou 2 dias logo depois do seu pagamento. Evite ter vencimentos muitos dias depois de receber, para não ficar com contas em aberto por falta de dinheiro. Isso inclui a fatura do cartão de crédito.
Pague-se primeiro antes de pagar aos outros
Para evitar de ficar pagando juros e parcelas o resto da vida, num regime de escravidão financeira, estabeleça como prioridade poupar e investir. Além disso, nunca se sabe o que vai acontecer ao longo do ano e para se preparar no caso de gastos imprevistos, o ideal é poupar 10% do salário todo mês (no mínimo), conforme eu já falei aqui neste espaço (clique aqui para ler).
Conheça seus gastos
Todas as despesas domésticas podem ser divididas entre Obrigatórias e Acessórias, e de valor Fixo ou Variável. Eu também já expliquei esse importante conceito aqui, em uma coluna anterior (clique aqui para ler) . Muitas famílias não conseguem bons resultados na redução de custos porque atacam as despesas de forma errada. Antes de esbravejar com todos da casa para reduzir a conta de luz ou de água (Despesas Obrigatórias Variáveis), existem dois grupos de despesas (as Acessórias Fixas e Variáveis) que têm muito mais espaço para redução imediata de gastos.
Não pague a fatura mínima
O cartão de crédito pode ser uma excelente ferramente de organização das despesas (pois permite rotacionar todos os pequenos gastos do mês para serem pagos junto com o salário do mês que vem), ou uma poderosa bomba que explode no nosso colo após crescer, crescer, e crescer. A melhor forma para explodir é pagar apenas o mínimo da fatura do cartão de crédito. Pode parecer uma boa saída para gastar menos neste mês, mas ao pagar o valor mínimo da parcela do cartão, você aumenta o custo financeiro dos juros e corre-se o risco de alongar demais essa dívida. Evite isso a todo custo. Prefira se valer do próximo conceito:
Priorize os juros
Acabou o salário e sobrou boleto? Volte ao ponto de partida e comece novamente. Quem não tem controle nunca vai ter dinheiro! Mas vamos lá: quem tem dívidas em aberto ou esqueceu de pagar alguma das contas no vencimento deve priorizar os boletos com maiores taxas de juros, fazendo um escalonamento para pagar primeiro quem cobra juros mais altos (como cheque especial e cartão de crédito), e deixando para depois os cobradores com juros menores (como escola particular e condomínio). Corte urgentemente o quanto puder de despesas este mês e ajuste seu fluxo de caixa no máximo até o mês seguinte, voltando ao azul e restabelecendo sua capacidade de poupar e pagar todas as suas contas (viver com o que se tem). Se não conseguir, você deverá buscar cada credor e tentar negociar com os recursos de que dispõe.
Evitar fazer novas dívidas
Da próxima vez, não dê um passo maior que a perna. Não faça férias extravagantes com a sua família, se você não tiver capacidade para isso. O mais valioso para a família é passar um tempo juntos com tranquilidade. O que menos importa é o lugar e quais opções mirabolantes de passeio e diversão que teremos nesse tempo. Fuja da “Maldição da classe média” (clique aqui para ler) e da “Corrida dos Ratos” (clique aqui para ler)! Viva de acordo com suas possibilidades. Não faça dívidas que você não poderá pagar, só para tentar mostrar uma curta sensação de felicidade para pessoas que não se importam de verdade com você (os outros). Priorize a tranquilidade de sua família!
Por hoje é só. Façam sua parte e contem comigo!
Caso você tenha alguma questão ou dúvida relacionada a Finanças Pessoais, envie-a para redacao@plenonews.com.br e eu terei o maior prazer em responder e tentar lhe ajudar.
Forte abraço, até semana que vem se Deus quiser, sucesso e fiquem na Paz!
Anderson de Alcantara é profissional do mercado financeiro há 30 anos, onde atua como como Planejador Pessoal; e é Professor Titular do Ministério Videira – Educação Financeira à luz da Bíblia. |