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Amar é também impor limites

A palavra pode parecer muito forte, mas precisamos ter em mente que nossos filhos ainda não sabem até onde podem ou não ir

Marisa Lobo - 01/06/2019 18h39

Muitos profissionais, principalmente educadores e psicólogos contemporâneos, não concordam com a imposição de limites. Dizem ser uma atitude egoísta de pais mandões, severos e essa severidade pode prejudicar o desenvolvimento infantil. Em parte, concordo, se a forma de ensinar esses limites não contempla o amor, o equilíbrio, o cuidado, visando o bem-estar e o desenvolvimento saudável dessa criança.

Mas, com toda a certeza, pais que amam seus filhos e se preocupam com sua formação, pais não agressivos, pais que se importam, sabem que impor limites não passa de um gesto de amor. Afinal, precisamos ensinar nossas crianças a terem respeito aos pais e ao próximo. Precisamos ensiná-las que, no mundo, há regras, há limites, leis que, se não forem cumpridas, a mais prejudicada será a própria criança. Portanto, sim, impor limites é um ato de muito amor à criança e a toda a família.

Não é fácil ensinar e fazer as crianças entenderem que não podem fazer tudo o que querem, e que este “não”, muitas vezes, é sim para seu bem, embora por conta do imediatismo das crianças e com a busca por desejos, nem sempre compreendam. Para que a criança compreenda a importância desses limites e regras para sua vida, algumas regras básicas têm de ser entendidas
pelos adultos.

• Fale sempre com clareza, naquilo que quer impor.
• Não mude de opinião a toda hora, pois pode gerar confusão na mente da criança.
• Falta de clareza, gera confusão e falta de confiança nas crianças.

Impor limites

A palavra pode parecer muito forte, mas precisamos ter em mente que nossos filhos estão aprendendo tudo ainda. Eles não sabem até onde podem ou não ir, o que podem ou não fazer – e é nosso papel ensiná-los. Uma criação com regras é fundamental para uma infância saudável e para que eles se tornem um adulto melhor.

Deixo aqui algumas sugestões para que suas regras sejam atendidas

1. Não prometa o que não pode cumprir – Esta é uma das maiores queixas dos filhos: o não comprimento das promessas dos pais. Essa incoerência gera frustrações, descrédito e falta de confiança. É fundamental para o sucesso do entendimento pelas crianças e jovens, o cumprimento da palavra e ações dos pais.

2. Todo relacionamento precisa de regras – Seja constante quanto às regras. Regras claras e objetivas não gerarão frustração em suas crianças. É claro que o relacionamento familiar não se resume em regras e, vez ou outra, sabemos que as rompemos. Cada família tem um entendimento. Embora não seja baseado em regras, elas estão ali, existem e servem para nortear o relacionamento familiar e orientar a criança. Regras são essenciais.

3. Não mude as regras de uma hora para outra – Um erro grave e que causa confusão mental e emocional e gera ansiedade nas crianças é a mudança repentina de regras, sem conhecimento da criança, sem um por que, sem que tudo esteja combinado ou acertado. É provado que esta insegurança de não saber o que irá acontecer gera ansiedade e esta ansiedade pode se desdobrar para
um transtorno psicológico grave como a depressão.

Lembre-se de que nossos filhos estão em formação. A educação é justamente para sermos um agente de transformação saudável de todas as suas fases e a ajuda que eles precisam para se tornarem adultos felizes.

4. Ameaçar seus filhos é atrair sentimentos negativos para você – Ser firme em suas regras e decisões e cumprir o prometido não é ameaçar. É ser coerente, ter personalidade. Embora a criança, o adolescente não compreenda hoje essa coerência nas falas e promessas dos adultos, ainda que seja negativa para eles, de alguma forma, será entendida como algo bom e importante. Porém, não ameace. Não seja como esses pais que, além de não cumprirem, não “terem tempo” para criar essas regras, vivem ameaçando seus filhos, querendo educar pelo medo. Não funciona.

Se a criança não cumprir as regras, tenha paciência e gaste mais tempo com elas até que compreendam que é dessa forma e que os pais não vão mudar de ideia.

5. Calma, você tem o controle – É imprescindível que os pais estejam seguros e calmos, na medida em que precisam dedicar mais tempo para esclarecer as coisas e terem uma conversa franca. Não deixe que os gritos, choros e malcriações de seus filhos tirem a sua tranquilidade, pois é essa calma que fará a diferença na hora de impor limites e regras.

6. Broncas x diálogo – Na bronca não há uma conversa, só um fala. No diálogo há realmente uma conversa a dois, no qual se ouve e fala, questiona e pergunta, compreende e transforma. Diálogo é uma via de mão dupla, os dois falam e os dois escutam. Cada um tem seu motivo, sua razão. Escute e dialogue. Muitas vezes, temos uma ideia muito rígida formada de algumas coisas e quando escutamos as razões de nossos filhos, podemos, quando possível, flexibilizar, dependendo do momento, da situação e apenas do seu entendimento. Quando estamos educando para o amor, sabemos avaliar o que é bom para nossas crianças. Isso não é uma regra, claro, mas, na maioria das vezes, sim. O respeito e o amor nos dão essa certeza, pois quem ama os filhos, quer o melhor para eles, logo, vai dar tudo certo.

Fonte:
https://paisefilhos.uol.com.br

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Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior.

 

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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