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Será que ainda vale a pena ter um carro?

Tudo vem mudando muito rapidamente. Principalmente as questões que envolvem a mobilidade urbana

Anderson de Alcantara - 28/05/2019 16h40

Engarrafamentos

Um ditado popular afirma que “ter um carro é como ter um filho”, sentimento percebido por conta dos gastos e das preocupações que ele gera. Por outro lado, ter um carro na garagem passa uma sensação de segurança e conforto, além de um certo status.

Razão X Emoção é uma das lutas internas mais antigas do ser humano. Para muitas pessoas a reflexão que proponho a seguir não vai nem ser inciada, porque elas querem ter um carro na garagem. É um paradigma estabelecido, que precisa passar pelo teste da calculadora de tempos em tempos – assim como outros que já vimos falando aqui há semanas. Senão, você acaba fazendo a vontade do mercado (bancos, montadoras, agências de publicidade, etc.) e não a da sua família, genuinamente.

Afinal, você quer ter um carro ou mais mobilidade?

Pessoas gostam de ter um carro para não ter que se acotovelar com os outros no transporte público. Esse é o ponto. Mas ir de um lugar para outro nas cidades está cada vez mais complicado. O número de veículos vem aumentando, ano a ano enquanto o espaço para eles circularem continua sendo praticamente o mesmo de meio século atrás.

Para comprovar os efeitos desta limitação de espaço somada ao crescente número de carros na rua, no último dia Mundial Sem Carro ( 22/setembro) de 2018, o Instituto CicloBR fez um teste interessante na cidade de São Paulo: um trecho de 10 quilômetros, saindo da Praça General Gentil Falcão, no Brooklin, com destino à sede da Prefeitura de São Paulo, no Vale do Anhangabaú, região central da cidade, foi percorrido por 8 participantes diferentes que partiram ao mesmo instante. Veja em quanto tempo o percurso foi feito, de acordo com cada meio de transporte:

Bicicleta: 18 minutos
Motocicleta: 30 minutos
Skate: 45 minutos
Patins: 46 minutos
A pé (correndo): 48 minutos
Trem + metrô: 55 minutos
Ônibus + caminhada: 1 hora e 5 minutos
Carro: 1 hora e 49 minutos

Bem… além de ser o lanterninha, o carro ainda emite mais poluentes e pesa mais no bolso.

Por falar em bolso, diante das diversas opções existentes hoje para substituir a propriedade de um carro (táxi, veículos de aplicativos, aluguel), será que financeiramente não vale a mais a pena aplicar o dinheiro que eu gastaria num carro, deixando esse dinheiro como Reserva Técnica de Segurança da Família, e usar o transporte público no dia-a-dia, pegar um táxi em ocasiões especiais, e alugar um carro nas férias e feriados?

Para ajudar nesta conta, gosto de usar um simulador (clique aqui para acessar) que nem leva em conta o uso do transporte público. Pensando no conforto do passageiro, a proposta é substituir a posse do carro por viagens de táxi/aplicativos em 100% dos trechos. Entre e faça algumas simulações para ver se você não está perdendo dinheiro.

– Mas Professor, qual é o melhor cenário?

É bom eu relembrar que não existe fórmula ideal. Em Finanças Pessoais, não existe resposta universal que se aplique a todos. O que existe é o melhor cenário para cada situação. Tenha sempre isso em mente.

Uma das questões centrais que levam à decisão se vale a pena ter um carro hoje em dia no Brasil está ligada à questão dos custos. Mesmo para quem usa bastante o carro diariamente, o que se gasta com táxi, Uber e outros meios de transporte dificilmente irá superar os gastos com gasolina, manutenção, impostos, multas, acidentes, desvalorização, depreciação, etc ao se ter um carro.

Entretanto (para quem pode) a conveniência, liberdade, privacidade e praticidade de se ter um carro – principalmente quando se fala em famílias com crianças pequenas – pode ser um fator de peso difícil de ser contabilizado. Um valor imaterial.

Mas, via de regra, para aqueles que usam o automóvel com pouca frequência, não vale a pena sustentar um. Assim como manter modelos mais caros, acima de R$ 90.000,00. Nesses dois casos, a conta nunca fecha a favor de se comprar um carro.

Isso sem nem falar em comprar carro financiado, Ok? Como já vimos em um artigo recente (clique aqui para ler) um automóvel financiado pode ser o verdadeiro vilão da vida financeira de uma família. Nem pensar!

Faça simulações no site proposto acima honestamente, converse com a família, e vejam se vocês não preferem a tranquilidade de ter segurança financeira ao invés do conforto de ter um carro parado na porta.

Com um pouco de racionalidade e mudança de paradigmas, muitas mudanças podem ser feitas, a favor da sua tão sonhada Liberdade Financeira.

Por hoje é isso. Contem comigo! Estarei toda semana por aqui.

Lembrando que, caso você tenha alguma questão ou dúvida relacionada a Finanças Pessoais, envie-a para redacao@plenonews.com.br e eu terei o maior prazer em responder e tentar lhe ajudar.

Forte abraço, até o próximo assunto, sucesso, e fiquem em Paz!

Anderson de Alcantara é profissional do mercado financeiro há 30 anos, atua como consultor financeiro na 3468 Finance e é professor titular do Ministério Videira – Educação Financeira à luz da Bíblia.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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