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Coaching: coragem, ingenuidade, presunção e oportunismos mercadológicos

Luciano Vilaça - 08/05/2019 16h19


Hoje, tanto quem busca um coach para uma aplicação pessoal, como quem procura uma escola de formação, deve ter muita cautela para não se tornar vítima de falsos profetismos e otimismos ufanistas. O que tem acontecido, com muita frequência, é algo semelhante ao que o físico David Bohm chamou de “doença do pensamento”, cujos sintomas mais comuns são a distorção do conhecimento e a do que realmente significa resultado; o culto ao imediatismo, à superficialidade e ao simplismo. Isso pode nos ajudar a compreender por que muita gente vive a ilusão de pensar que um ou dois fins de semana entusiasmados lhe darão as competências para lidar com as complexidades do fenômeno humano e ostentar o título de coach.

Devemos reconhecer que, nesse cenário de efervescência do coaching no Brasil, há um pouco de tudo: coragem, ingenuidade, presunção e oportunismos mercadológicos. Muitas práticas de coaching hoje, ao prometerem certezas infalíveis e ignorarem as complexidades de sua prática, produzem não apenas simplismos, mas criam também o cenário ideal para o surgimento de oportunistas que arrogam ser detentores “de um saber único e misterioso” que, na realidade, acaba produzindo mais alienação do que informação e conhecimento.

Muitos autores nos alertam, no entanto, que coaches que carecem de experiência e de formação psicológica e psicoterápica, podem não estar qualificados para intervir em determinadas situações críticas. E o pior é que muitos nem sequer se dão conta de sua inadequação para atuar nesses casos. Shirzad Chamine e Seligman, por exemplo, defendem que, em determinadas situações, é necessário que o coach seja um “terapeuta” com competências e formação acadêmica da área psi, o que pode lhe oferecer melhores condições para atuar em um processo, de modo mais qualificado, e evitar as armadilhas dos simplismos reducionistas.

Luciano Vilaça é coordenador e professor dos cursos de mestrado e doutorado da Atenas College University. Formado em Liderança pelo Haggai Advanced Leadership Institute – Singapura e em Negotiation and Leadership pela Universidade de Harvard. Destaca-se por sua vasta experiência como psicólogo, psicanalista e atuação como coach; consultor de negócios, consultor sênior do GC5 e por sua rica formação acadêmica, incluindo graduações em Direito e Psicologia, especializações em família e negócios, dois mestrados e doutorado por renomadas instituições, como Harvard, UFRJ, FGV, PUC- RJ e Florida Christian University. Autor de vários livros, dentre eles, Dentro e Fora da Caixa.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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