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O adolescente deprimido se defende atacando as pessoas à sua volta, principalmente àqueles que mais os amam

Marisa Lobo - 26/04/2019 10h47


Na infância, a ocorrência de depressão é praticamente igual nos dois sexos. A diferenciação começa na adolescência, fase em que as meninas são mais vulneráveis, mais sentimentais, além da questão hormonal que interfere consideravelmente neste processo.

Já no caso dos meninos, por fatores culturais, eles não se expressam da mesma forma que elas. O menino tende a não internalizar as emoções como a menina, que se tranca no quarto e chora. Ele se torna extremamente agressivo, fica na defensiva e desenvolve comportamentos opositores, conduta desafiante e parte para agressões. Esta é uma das maneiras que ele encontra de externar o que sente. Vale dizer que, nem sempre a pessoa quieta é a depressiva; temos que ficar atentos, pois os dois comportamentos exagerados merecem atenção e devem ser analisados quando muito repetitivos e constantes.

O adolescente deprimido se defende atacando as pessoas à sua volta, principalmente àqueles que mais os amam. Se conseguirmos ultrapassar essa barreira, ele se mostrará muito angustiado e chorará neste momento. Este é o gancho que precisamos para estabelecer contato com eles, sempre de forma acolhedora e não julgadora.

Os sintomas de depressão em crianças são os mesmos encontrados nos adultos. Porém, logicamente, os sintomas que dependem de uma descrição feita pela própria pessoa deprimida, serão menos detectados em crianças mais novas.

Os pais devem estar atentos à presença de alguns sintomas como:

• irritabilidade, humor depressivo, perda do interesse pela maioria das atividades ou incapacidade de sentir prazer nelas;
• dificuldade de concentração ou raciocínio;
• falta ou excesso de apetite;
• diminuição ou aumento das necessidades de sono;
• ideias de culpa (a criança se sente culpada por algo que não fez ou, se fez, a culpa é exagerada) ou de menos valia (excessiva desvalorização de si mesmo);
• diminuição da atividade psicomotora (ou seja, das ações motoras dependentes de estimulação mental);
• sensação de falta de energia;
• ideias muito tristes ou pessimistas (que, entretanto, a criança pode não expressar ou pode até mesmo negar);
• ideias de morte, ou suicídio, ou tentativas de suicídio.

Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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