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O desejável é retardar o contato da criança com estes alimentos, até a idade recomendada

Como Lidar - 25/04/2019 10h17


“Meu filho tem um ano e nunca comeu chocolate, bebeu refrigerantes ou comidas do tipo, pois sou muito rigorosa com a alimentação dele. Porém, meu marido insiste dizendo que ele já pode experimentar essas besteirinhas, mas tenho receio. Qual o melhor momento para apresentar esse tipo de alimento às crianças?”

Priscila Costa, Balneário Camboriú, SC

RESPOSTA

Crianças na idade de um ano estão no período da Alimentação Complementar, onde, além de ainda receberem o leite materno, já foram e são apresentadas aos alimentos que fazem parte da alimentação da família. Pode acontecer, que dentre estes alimentos apareça alguns de consumo ocasional, como por exemplo salgadinhos, balas, biscoitos recheados, frituras, e refrigerantes, por estarem presente ou na rotina dos pais ou serem ofertados em situações festivas.

A recomendação pelo Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria, é que nos primeiros anos de vida (até os dois anos de idade, mais ou menos) seja evitado a oferta destes alimentos, por apresentarem entre seus ingredientes grandes quantidades de substâncias como açúcar, gordura e corantes, cujo consumo regular está associado ao desenvolvimento de quadros de excesso de peso e obesidade ainda na infância (um dos atuais problemas de saúde pública no Brasil e no mundo), e favorecerem desde então episódios de dislipidemias, alergias, e alteração da pressão arterial. Além destes, também é recomendado que não seja oferecido a crianças com menos de dois anos de idade alimentos como mel, embutidos e conservas (por oferecerem maior risco de botulismo por origem alimentar), nozes, uvas e vegetais ralados (por serem alimentos propensos de causar engasgo devido ao seu formato, consistência ou tipo de corte, como no caso dos vegetais quando ralados).

O desejável é retardar o contato da criança com estes alimentos, até a idade recomendada. A partir desta idade, poderá haver ocasiões em que aconteça esta apresentação, até por influência do ambiente e meio social em que a criança esteja inserida no momento, um exemplo básico são as festas infantis. Porém, o que não deve ocorrer é o exagero na quantidade a ser provada, e permitir que estes alimentos se tornem parte do consumo diário da criança, sendo usados para substituir uma refeição ou, como prêmio, consolação ou castigo por alguma atitude.

Vale ressaltar que, por volta dessa faixa etária, começa a ser estabelecido o hábito alimentar, e os pais além de serem a primeira referência para a criança, são os responsáveis pela escolha e a quantidade do alimento a ser oferecido. Logo, o que deve ser priorizado na alimentação do dia a dia para a construção do hábito e formação das preferências, são os alimentos in natura ou minimamente processados, na consistência adequada para idade e preparados com temperos naturais (ex: alho, cebola, salsa, cebolinha, entre outros). Ofereça frutas, verduras, legumes, feijões, cereais, tubérculos, e aquele que são fontes proteicas como ovos, frango sem pele, vísceras, e filé de peixe. A oferta variada destes e outros alimentos oferece os nutrientes importantes para o desenvolvimento físico e cognitivo da criança, prevenindo a ocorrência de doenças ou quadros clínicos como os citados anteriormente e outros como anemias ou desnutrição.

É válido lembrar e reafirmar ainda que, além do acompanhamento pediátrico, é importante o acompanhamento nutricional aos pequenos, para auxiliar os pais nesta fase da vida. O nutricionista é o profissional mais adequado para orientar quanto a quantidade, forma de preparo, consistência, higienização, apresentação e ordem de introdução dos alimentos, de acordo com a idade da criança, ajudando aos pequenos nesse universo da descoberta dos sabores, e aos pais a garantirem a eles um crescimento mais saudável.

Bianca Freitas é nutricionista, graduada pela Universidade UNIGRANRIO.

COMO LIDAR tem o propósito de servir como ferramenta de esclarecimento e apoio aos leitores apresentando perguntas e respostas, sobre variados temas.

Se você tem alguma questão ou dúvida que precise da explicação de um profissional, envie para redacao@plenonews.com.br

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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