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Há algo errado

Desde o título de 58, o maior intervalo de tempo que ficamos sem ganhar uma Copa foi de 24 anos

Sergio du Bocage - 27/02/2019 16h59

O futebol sul-americano está em crise Foto: Pixabay

A seleção brasileira vai disputar dois amistosos em março – dia 23 no Porto, contra o Panamá e dia 26 em Praga, contra a República Tcheca. O objetivo é iniciar uma preparação para a Copa América, que será jogada em junho, no Brasil. Vai servir também para avaliar alguns novos jogadores e, para um futuro mais distante, tentar vislumbrar que caminho nosso time deve seguir para voltar a ser campeão do mundo.

Desde o título de 58, o primeiro dos cinco que ganhamos, o maior intervalo de tempo que ficamos sem ganhar uma Copa foi de 24 anos – de 1970 a 1994. Esse período está próximo de se repetir, pois se não formos campeões no Catar, em 2022, teremos ficado cinco Mundiais sem um título. O pior é que a tarefa, que não é fácil, parece estar ainda mais complicada.

Desde a primeira Copa do Mundo, em 1930, sul-americanos e europeus se revezam no alto do pódio. Eventualmente, um continente conseguia manter uma hegemonia, mas o momento é altamente favorável aos europeus. Pela primeira vez na história das Copas, quatro seleções europeias venceram, seguidamente – Itália, Espanha, Alemanha e França.

Tem alguma coisa errada.

O futebol sul-americano está precisando reavaliar seus conceitos. E não só nós, brasileiros, mas argentinos e uruguaios também. Neymar, Messi e Suarez, por exemplo, estão entre os melhores jogadores do mundo. Ao lado deles, cada um desses países tem outros jogadores de qualidade e valorizados no futebol mundial. Por que não chegam ao título?

A resposta é que a qualidade já não faz mais tanta diferença. O futebol exige mais participação, mais velocidade, mais qualidade defensiva. Isso tudo tem de se somar à qualidade de nossos jogadores que, aí sim, seriam O diferencial. Precisamos assimilar essa lição, e não apenas na seleção principal, mas mais ainda nas divisões de base. No último Sul-Americano Sub-20, por exemplo, o Brasil terminou o hexagonal final em quinto lugar – penúltimo!! – E não garantiu vaga no Mundial da categoria.

Será que encontraremos esse novo caminho até o Catar? Os amistosos de março vêm aí. Não devemos esperar por uma resposta tão imediata, mas quem sabe surge algo de novo e a esperança renasce?

Sergio du Bocage é carioca e jornalista esportivo desde 1982. Trabalhou no Jornal dos Sports, na TV Manchete e na Rádio Globo. É gerente de programas esportivos da TV Brasil e apresenta o programa “No Mundo da Bola”.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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