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Participar da festa de Momo significa deixar-se levar por valores anti-cristãos e imorais

Renato Vargens - 06/02/2019 10h04


Alguns crentes em Jesus não veem nenhum problema no Carnaval. Para eles, se não tiver azaração, pegação, bebidas e drogas, não existe nenhum mal em desfrutar da festa de Momo. Mesmo porque, o que importa é a diversão. Segundo estes, o desfile na televisão é tão bonito! E outra coisa: Que mal tem se alegrar ao som dos sambas enredos do Rio de Janeiro?

Pois é, o que talvez estes crentes IGNOREM é a história, o significado e a mensagem do carnaval.

Ao estudarmos a origem do Carnaval, vemos que ele foi uma festa instituída para que as pessoas pudessem se regalar com comidas e orgias, antes que chegasse o momento de consagração e jejum que precede à Páscoa – a Quaresma. Veja o que a The Grolier Multimedia Encyclopedia – 1997 nos diz a respeito: “O Carnaval é uma celebração que combina desfiles, enfeites, festas folclóricas e comilança, que é comumente mantida nos países católicos durante a semana que precede à Quaresma.

O termo Carnaval provavelmente vem da palavra latina “carnelevarium” (Eliminação da carne), festa que começa tipicamente cedo, no ano novo, geralmente no Epifânio, 6 de janeiro, e termina em fevereiro com a Mardi Gras, na terça-feira da penitência (Shrove Tuesday).” (The Grolier Multimedia Encyclopedia).

“Provavelmente, originário dos “Ritos da Fertilidade da Primavera Pagã”, o primeiro carnaval que se tem conhecimento teve foi na Festa de Osíris, no Egito, evento que marca o recuo das águas do rio Nilo. Os Carnavais alcançaram o pico de distúrbio, desordem, excesso, orgia e desperdício, junto com a Bacchanalia Romana e a Saturnalia.

A Enciclopédia Grolier exemplifica muito bem o que é, na verdade, o carnaval. Uma festa pagã que os católicos tentaram mascarar para parecer com uma festa cristã. Os romanos adoravam comemorar com orgias, bebedices e glutonaria. A Bacchanalia era a festa em homenagem a Baco, deus do vinho e da orgia. Na Grécia havia um deus muitíssimo semelhante a Baco, cujo nome era Dionísio, da Mitologia Grega. Dionísio era o deus do vinho e das orgias. Veja o que The Grolier Multimedia Encyclopedia – 1997 diz a respeito da Bacchanalia ou Bacanal, Baco, Dionísio e sobre o Festival Dionisiano:

“O Bacanal ou Bacchanalia era o Festival romano que celebrava os três dias de cada ano em honra a Baco, deus do vinho. Bebedices, orgias sexuais e outros excessos caracterizavam essa comemoração, o que ocasionou sua proibição em 186dC” (The Grolier Multimedia Encyclopedia).

Pois é. No Brasil o carnaval possui a conotação da transgressão. Disfarçada de alegria, a festa de Momo promove promiscuidade sexual, prostituição infantil, violência urbana, consumo de drogas, além de contribuir para a desconstrução de valores primordiais ao bem estar da família.

Isto posto, tenho plena convicção de que não vale a pena enredar-se nas oferendas do Carnaval. Como crentes em Jesus, devemos nos afastar de toda aparência do mal. Participar da festa de Momo significa deixar-se levar por valores anti-cristãos e imorais, permitindo assim que o adversário de nossas almas semeie em nossos corações, conceitos absolutamente antagônicos aos ensinos deixados por Jesus.

Para terminar essa reflexão, compartilho um poema de Jerônimo Gueiros (1880-1954), que foi um ministro presbiteriano nordestino muito conhecido por seu rico ministério, no Recife e por suas qualificações como literato e apologista da fé cristã. De sua lavra surgiram artigos penetrantes, livros inspiradores e poesias tão belas quanto incisivas e pertinentes aos temas apresentados.

“Carnaval! Empolgante Carnaval!
Festa vibrante! Festa colossal!

Festa de todos: de plebeus e nobres,
Que iguala, nas paixões, ricos e pobres.
Festa de esquecimento do passado,
De térreo paraíso simulado…

Falsa resposta à voz do coração
De quem não frui de Deus comunhão,
Festa da carne em gozo desbragado,
Festa pagã de um povo batizado,

Festa provinda de nações latinas
Que se afastaram das lições divinas.
Ressurreição das velhas bacanais,
Das torpes lupercais, das saturnais

Reino de Momo, de comédias cheio,
De excessos em canções e revolteio,
De esgares, de licença e hilaridade,
De instintos animais em liberdade!

Festa que encerra o culto sedutor
De Vênus impudica em seu fulgor.
Festa malsã, de Cristo a negação,
Do “Dia do Senhor” profanação.

Carnaval! Estonteante Carnaval!
Desenvoltura quase universal!

Loucura coletiva e transitória,
Deixa do prazer lembrança inglória,
Festa querida, do caminho largo,
De início doce, mas de fim amargo…

Festa de baile e vinho capitoso,
Que morde como ofídio venenoso,
Que tira do homem sério o nobre porte,
E gera o vício, o crime, a dor e a morte.

Carnaval! Vitando Carnaval!
Festa sem Deus! Repúdio da moral!
Festa de intemperança e gasto insano!
Trégua assombrosa do pudor humano,

Que solta a humana besta no seu pasto:
O sensualismo aberto mais nefasto!
Festa que volve às danças do selvagem
E do africano, em fúria, lembra a imagem,

Que confunde licença e liberdade
Nos aconchegos da promiscuidade
Sem lei, sem norma, sem qualquer medida,
Onde a incauta inocência é seduzida,

Onde a mulher, às vezes, perde o siso
E o cavalheiro austero o são juízo;
Onde formosas damas, pela ruas,
Exibem, saltitando, as formas suas,

E no passo convulso e bamboleante,
Em requebros de dança extravagante,
Ouvem, no “frevo”, as chufas e os ditados
Picantes, de homens quase alucinados,

De foliões audazes, perigosos,
Alguns embriagados, furiosos!
Muitos, tirando a máscara, em tais dias,
Revelam, nessas loucas alegrias,

A vida que levaram mascarados
Com a máscara dos homens recatados…
Carnaval! Perigoso Carnaval!
Que grande festa e que tremendo mal!

Brasil gigante, atenção! Atenção!
O Carnaval é festa de pagão!
Repele-o! Que te traz só dor e morte!
Repele-o! E inspira em Deus a tua sorte.”

Pense nisso!

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 24 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É também colunista e articulista de revistas, jornais e diversos sites protestantes.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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