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Isso não é sério

Os clubes mudaram de opinião e agora querem o VAR no Brasileirão. Não pode ser sério. Ainda bem que a CBF disse não.

Sergio du Bocage - 14/11/2018 13h53

No dia 5 de fevereiro, os 20 clubes que disputam a Série A do Brasileirão votaram pelo uso ou não da tecnologia do árbitro de vídeo na competição. E naquele Conselho Técnico, o uso do VAR foi recusado, por 12 votos a 7. A alegação de quem votou contra foi o custo elevado – para ser usado apenas no returno, quando acontecem os jogos decisivos do campeonato, para definir o título e os rebaixados para a Série B, cada clube teria de pagar R$ 500 mil.

Naquela ocasião, votaram contra o VAR Corinthians, Santos, América-MG, Cruzeiro, Atlético-MG, Atlético-PR, Paraná, Vasco, Fluminense, Sport, Vitória e Ceará. A favor ficaram Palmeiras, Internacional e Flamengo, no momento os três primeiros colocados, Grêmio, Botafogo, Bahia e Chapecoense. O São Paulo não votou.

Esse assunto já comentamos aqui, mas volto a ele porque a notícia da semana é que os clubes queriam o VAR… e no meio do campeonato. Ou melhor, no fim dele, já que faltam cinco rodadas apenas. Isso não é sério!!

E explico: de que vale a reunião que os clubes fazem no início do ano, se eles próprios resolvem que a decisão tomada precisa ser mudada? Será que, agora, o dinheiro apareceu? Ou perceberam que estavam errados, um pouco fora de hora? O curioso é que o clube que levantou a bandeira foi o Internacional, que, verdade seja dita, sempre foi a favor do VAR. E que, no momento, está na briga pelo título, tendo sido prejudicado em dois jogos e muito beneficiado em outro, nas três últimas rodadas. Os números não são oficiais, mas na proposta levada à CBF, para a implantação do árbitro de vídeo nessa reta final, 14 clubes estavam favoráveis, ou seja, sete trocaram de lado. O que um risco de rebaixamento não provoca, não é mesmo?

O fato é que a CBF manteve a decisão dos clubes e a tecnologia não será implantada. Até porque tinha gente querendo que a entidade arcasse com o custo, algo impensável, ao menos por enquanto. Acho, também, que é justo, pois tornaria desigual para alguns o uso do recurso agora, quando vários times já foram prejudicados e beneficiados, nas 32 rodadas já disputadas.

Não vão faltar polêmicas nos próximos 50 jogos do Brasileirão. Elas sempre existiram. E muitas das vezes são o que motivam as discussões pós-jogo. E que fique a lição para quem quis economizar lá atrás e, agora, corre o risco de um prejuízo muito maior, seja com a não conquista de uma vaga para uma competição sul-americana, seja com a queda para a Série B.

Sergio du Bocage é carioca e jornalista esportivo desde 1982. Trabalhou no Jornal dos Sports, na TV Manchete e na Rádio Globo. É gerente de programas esportivos da TV Brasil e apresenta o programa “No Mundo da Bola”.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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