Silêncios
Por mais que o silêncio nos faça bem, é preocupante quando as pessoas que amamos silenciam
Elaine Cruz - 25/10/2018 09h41
Todos nós precisamos de momentos de silêncio, quando paramos para ouvir a nós mesmos. Afinal, são tantos os barulhos cotidianos: do trânsito, da televisão, dos vídeos do youtube, das pessoas que se expressam em alta voz para serem ouvidas e percebidas!
Entretanto, por mais que o silêncio nos faça bem, é preocupante quando as pessoas que amamos silenciam: quando o filho adolescente deixa de conversar e rir com amigos reais, para se relacionar virtualmente com amigos que não sabemos de onde provêm. Quando a filha, que era falante e extrovertida, se cala e se tranca em seu quarto, balbuciando frases monossilábicas quando confrontada.
Quando o cônjuge deixa de partilhar seu dia, de contar uma piada engraçada que ouviu no espaço de trabalho, e nem mais reclama de um hábito do seu par, ou solicita favores, alguma coisa não está bem. Muitas vezes o discurso da televisão assistida a dois esconde o silêncio conjugal, ou o barulho do videogame disfarça a ausência do diálogo familiar.
Esses silêncios apontam para um estranhamento, quando o outro já não fala por não ser ouvido, ou simplesmente por não mais se importar em partilhar sua vida com a família. Esses silêncios precisam ser esvaziados, substituídos por um olhar atento, por abraços sinceros, e por perguntas que motivem o outro a falar.
Rompa com os silêncios, reconstrua o diálogo e volte e se conectar com os que ama. Compartilhar a vida é uma dádiva incomparável.
Elaine Cruz é pastora no Ministério Fronteira, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro; Psicóloga clínica e escolar, especializada em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade; Mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense; palestrante e conferencista internacional, com trabalhos publicados no Brasil e no exterior; Mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA); e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil, com oito livros publicados. |