Ushuaia, a Terra do Fogo
Milton Assumpção - 27/06/2017 12h52
A cidade de Ushuaia está localizada ao sul do Parque Nacional da Terra do Fogo, às margens do Canal de Beagle, a última cidade ao sul das Américas, considerada a “Cidade do Fim do Mundo”.
Terra do Fogo e Patagônia
Esses nome foram dados pelo navegador português Fernão de Magalhães, na sua expedição de dar a volta ao mundo, em 1519-1522. Naquela época, os navegadores levavam seus barcos em direção ao Leste pelo Cabo da Boa Esperança, na África do Sul. Magalhães decidiu dar a volta ao mundo pelo lado Oeste, cruzando o sul do continente americano.
Quando chegaram a um estreito que ligava os dois mares Atlântico e Pacífico, ao ancorar em uma praia para buscar suprimentos e água doce, viram muita fumaça e fogo que vinham do meio da neve. Eram os índios Teuelches com suas fogueiras para se aquecer. Eram índios pacíficos. Fernão de Magalhães referiu-se primeiro a este lugar como a “Terra da Fumaça” e, posteriormente, a chamou de “Terra do Fogo”.
Os Teuelches eram relativamente grandes, se vestiam com peles de guanacos, uma espécie menor de lhamas, e utilizavam proteções nos pés para caminhar na neve. A marca dos pés na neve e na areia da praia deixava pegadas grandes. Os portugueses passaram a se referir a eles como os Pés Grandes. Mais tarde quando chegaram, os espanhóis passaram a chamá-los de os patagones, “pés grandes” em espanhol. Patagônia é a terra dos patagones.
Fundação de Ushuaia
Em 1884, o Exército Argentino, para marcar posição e tomar posse efetiva daquela região da Terra do Fogo, decidiu criar um posto avançado na Baia de Ushuaia, no Canal de Beagle.
Ushuaia na língua dos Yamanas, índios que habitavam a região, significa Baia no Pôr do Sol, ou do Poente.
Já com a base instalada, o governo argentino decidiu construir no local um presídio de segurança máxima.
Com a construção do presídio, a cidade começou a se formar ao seu redor. A maioria das ruas e casas foi construída pelos presos. Construíram também uma ferrovia de 10 quilômetros em direção a uma floresta. O objetivo era cortar e trazer lenha para o aquecimento do presídio e dos poucos habitantes da cidade. Os presos faziam vários trabalhos pela cidade. Para eles era uma oportunidade de sair das celas. Fugir era impossível. A cidade estava isolada do mundo, além do frio intenso. Os que tentaram, retornaram por vontade própria ou morreram de frio.
A cidade cresceu e em 1948 o presídio foi desativado pelo presidente Juan Peron, sob a alegação das condições sub-humanas que viviam os presos, em virtude do frio e da umidade.
Programação da Viagem – Hotéis
Hoje a cidade está muito estruturada para receber visitantes. Há voos diários de Buenos Aires e El Calafate, em aviões de grande porte.
Há opções de hotéis e pousadas de vários níveis. Os hotéis de melhor nível estão fora da cidade e oferecem transporte de vans para o porto e para o centro. Há bons hotéis na região central.
A rua principal – onde estão as lojas, alguns restaurantes e bancos – é a Av. San Martin. Há 3 hotéis de categoria média nesta rua. Depende da opção e do bolso de cada um. Os hotéis fora da cidade são mais caros, oferecem muito mais conforto, mas depende da van para se deslocar até a cidade. Ficar em um hotel de menor categoria no centro leva à vantagem de não depender da condução para ir e vir.
Normalmente, quem fica nestes hotéis fora da cidade já tem seus tours programados e cabe à agência de turismo fazer o transporte.
Ficamos hospedados no hotel Los Cauquenes, que fica fora da cidade e é bem recomendado pelas agências de turismo. É de bom nível, os quartos são amplos, têm um SPA com sauna, piscina e uma jacuzzi ao ar livre. Como fiz todas as reservas antecipadamente, todas as manhãs, a agência de turismo nos buscava para os passeios.
O ideal é ir com os tours já contratados. Mas se quiser vir e se hospedar em uma pousada e contratar os tours localmente também é possível. Há só um problema, em Janeiro e Fevereiro, principalmente, há uma limitação de disponibilidade. O turista pode chegar e não encontrar lugar disponível no tour que desejar.
Milton Assumpção é economista, administrador de empresas e palestrante. Empreendedor por natureza, atua como CEO da M.Books. Autor de cinco livros, sempre gostou de viajar e conhecer diversas culturas. |