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Mulheres no Rio de Janeiro

Como a sociedade pode ajudar a mulher que é mãe e chefe de domicílio. Elas têm sido maioria.

JR Vargas - 28/06/2018 16h17

Nesta semana, um dos assuntos mais comentados foi a permissão para que as mulheres na Arábia Saudita possam dirigir. E, de carona nesse assunto, resolvi olhar para a realidade carioca e pesquei alguns números do nosso contexto para gerar reflexão.

Já se sabe que as mulheres são a maioria no Brasil, 51%. Contudo, no Rio a proporção de mulheres é ainda maior: 53,2%, segundo o Instituto Pereira Passos. O que os números revelam pode-se seguramente observar nas ruas, empresas, escolas, universidades e igrejas. Dentre as causas, dizem especialistas, podemos considerar a menor taxa de mortalidade feminina a causas evitáveis, como a menor exposição às causas de mortes violentas, como acidentes automobilísticos e homicídios, aliada a maiores cuidados com a saúde. Na cidade do Rio, a Zona Sul e a Tijuca registram o maior percentual de mulheres: 55,5% e 55,9%, respectivamente.

As conquistas femininas não podem ser justificadas pelo seu maior número. Por essa lógica, num lugar com menor presença feminina elas perderiam os direitos. Entendo que as conquistas não podem ser femininas, mas de todos. Não são as mulheres as únicas que devem buscar seu espaço. Cabe ao homem também a missão de trazê-las para o lugar seguro. Esse é o ideal. Deus as fez depois do homem, na questão cronológica, mas isso esta longe de indicar menor importância. Na sociedade, homens e mulheres precisam desfrutar das mesmas condições. Isabelly Morais, por exemplo, é a primeira mulher a narrar um jogo de Copa do Mundo na TV Brasileira. Demorou muito para chegarmos a esse ponto. Não se trata de uma vitória das mulheres, mas dos brasileiros, da televisão e do esporte. Todos ganham!

As mulheres no Rio de Janeiro são responsáveis pelo domicílio num índice maior que o brasileiro. Na média do país, elas são chefes do domicílio em apenas 38,7% das residências. No Rio, são 46,5%. Numa outra perspectiva, 29,7% das mulheres no Rio de Janeiro são chefes do domicílio. Esses números podem representar o “não casamento” e o “não novo casamento”. O maior índice está na Zona Sul, 38,5%. Do total de domicílios, no Rio de Janeiro, em 2,1% deles o responsável é pai solteiro; e, em 16,1%, trata-se de mães solteiras.

As mudanças na responsabilidade pelo domicílio ajudam a mudar aquela ideia “ameliana” da mulher com atividades restritas ao lar, enquanto o homem, o caçador, saia para buscar o alimento. As mulheres no Rio de Janeiro por diversos motivos mantém também a missão de serem chefes do lar.

Aqui está uma proposta de reflexão sobre a presença feminina no Rio de Janeiro. Os números são frios e as causas e consequências são inúmeras. Se o presente é assim, o que será do futuro? Que medidas podem ser adotadas para assegurar direitos iguais para homens e mulheres? Qual o impacto da presença feminina no Rio? O que causa a ausência da figura masculina em casa? Como a sociedade pode ajudar a mulher que é mãe e chefe de domicílio a lidar com a culpa, tantas vezes mencionada nessa matéria?

Vamos pensar!

JR Vargas é pai do Lucas Campos Vargas; Pastor Plantador da Igreja Presbiteriana das Américas, na Barra da Tijuca, RJ; Radialista, Apresentador do Debate 93, da Rádio 93FM; Escritor; Graduado e Pós-graduado em Comunicação Social e Teologia.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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