Nenhum e Não sei ganham as eleições?
A análise agregada das pesquisas demonstra que "nenhum" e "não sei" estão na frente. 69% dos eleitores não têm voto e a tendência é de voto nulo. Lula, preso, cai de 18% para 10%. A pesquisa espontânea é o nosso termômetro. Entenda porquê.
André Mello - 15/06/2018 13h23
Os eleitores e torcedores de Jair Bolsonaro e de Marina Silva vão nos criticar sem dó nem piedade. Mas o nosso compromisso e, também, do Pleno News que nos acolhe, é com a Verdade (em todos os seus sentidos).
Os dois candidatos que dividem o voto evangélico (Bolsonaro e Marina) estão em primeiro e segundo lugar nas pesquisas estimuladas, excluindo o candidato do PT, Lula. De fato, nas pesquisas do DataFolha com um cartão de voto, apresentando os nomes dos candidatos para detectar intenção de voto, Lula permanece com 30%, Bolsonaro fica com algo entre 17% e 19%, Marina oscila entre 10% e 15% e os demais patinam entre 7% e 4%. Alckmin e Ciro, embora tenham crescido, não ultrapassam 7%.
A pesquisa com URA (aquela máquina de opções) e as pesquisas com telefone (Poder360) também detectaram esse movimento pró-Marina e pró-Bolsonaro. Neste cenário, Bolsonaro alcança 20% a 25% das intenções de voto e, num eventual segundo turno, Marina, com 42% dos eleitores, derrotaria Bolsonaro – um movimento que sugere o voto útil.
Porém, uma análise continuada das pesquisas espontâneas (aquelas em que o eleitor responde sem cartão e sem “sugestão” de nomes) sugere outro cenário. Ou seja, quando estiver diante da urna, em um cenário no qual o eleitor brasileiro não tem cartão de votos e não tem ninguém olhando, há uma grande chance de que 70% ou 60% dos eleitores anulem seu voto.
O eleitor já descobriu que a multa por não ir votar é baixa (menos de dez reais), já deu seu recado de abstenção nas últimas eleições municipais. Se olharmos os dados, veremos que o NADA foi eleito prefeito em muitas capitais e que o TRE deu a vitória para o segundo colocado. O não comparecimento ou anulação, por exemplo, explicam a vitória de Dória no primeiro turno. Pois o percentual considerado, oficialmente, é o de votos válidos. Dito isto, as pesquisas agregadas de intenção de voto, sem estímulo, indicam uma tendência de queda para Lula, uma tendência de crescimento de Marina e uma tendência de estabilização para os demais.
Será uma eleição curta, com pouco tempo de TV, com alto índice de rejeição aos políticos tradicionais. Por isso, o desafio dos candidatos é canalizar para o voto a revolta do eleitor, contra Temer (o presidente mais impopular da história), contra o Congresso e contra tudo.
E, para piorar o quadro, ainda circula pelas redes sociais uma campanha fortíssima sugerindo o voto nulo. Aproveitando o futebol como metáfora do país, se nada acontecer, quem estiver mais mobilizado em outubro pode levar a eleição por W.O. Basta colocar a bola no campo e chutar para o gol vazio.