Não há luta contra as fakes news, mas sim a Bolsonaro
Vale a pena darmos a pessoas que não confiamos o poder de dizer o que é verdade ou mentira?
Pedro Augusto - 24/10/2022 17h40
Notícias falsas são realmente problemáticas. Por sua causa, a Bolsa de Valores foi derrubada, um presidente quase sofreu impeachment por algo que não fez, pessoas morreram, partidos brigaram e pessoas foram enganadas.
Pior ou tão ruins são as propostas para contê-las. Hoje, no país, há quem defenda a ação das autoridades para coibir essa prática perigosa.
Diante de um país com histórico de abuso de poder por parte das autoridades, a questão que fica é: vale a pena darmos a pessoas que certamente não confiamos o poder de dizer o que é verdade ou mentira?
A história nos mostrou que a concentração de poder e das narrativas na mão de uma pessoa ou de um grupo é prejudicial para quem anseia pela liberdade.
Hoje não é diferente no Brasil e podemos testemunhar isso após ataques a empresas e cidadãos comuns.
LUTAR CONTRA FAKE NEWS NÃO É CENSURA
Essa é uma frase que tenho lido nas redes sociais. Eu acreditaria e defenderia essa bandeira se, de fato, houvesse uma ação contra mentiras. O problema é que não estamos vendo isso.
Comentaristas políticos da Jovem Pan foram proibidos de chamar Lula de “ex-condenado”, “ex-presidiário” ou “corrupto”, apesar do petista ter sido condenado em três instâncias e sua pena confirmada pelo STJ. A pergunta que fica é: qual foi a “fake news”?
A Jovem Pan foi acusada de parcialidade a favor do presidente, apesar de contar em sua grade com diversos jornalistas contrários ao Bolsonaro. Mas um ponto é ainda mais curioso: por que a Globo e Folha de SP, por exemplo, não foram acusadas de parcialidade já que passam o dia criticando o presidente?
Além disso, a campanha do presidente Jair Bolsonaro foi proibida de mostrar que Lula é favorável ao aborto, tema tão caro aos católicos e evangélicos, apesar de haver diversos vídeos do próprio petista afirmando que é favorável a prática.
Ponto ainda mais interessante foram as ameaças à Brasil Paralelo. A empresa, há mais de cinco anos, produziu uma série de documentários sobre as eleições do Brasil. O TSE afirmou que não havia mentiras ali, mas que poderiam induzir as pessoas a conclusões erradas.
Outro ponto que causa estranheza é a censura prévia a um vídeo da Brasil Paralelo que seria lançado no dia 24 de outubro sobre quem mandou matar Jair Bolsonaro. O TSE, apesar de não ter visto o vídeo, afirmou que o episódio poderia influenciar as eleições de forma negativa. Só que tem um detalhe: um dos sócios da empresa fez uma live dando vários spoilers sobre o vídeo e afirmou que a BP não acusou o PT de participação no episódio.
Causa ainda mais estranheza que o STE afirmou que chamar Bolsonaro de genocida é liberdade de expressão, enquanto tenta proibir algumas verdades sobre o Lula.
Não existe uma luta contra as fakes news, mas sim a Jair Messias Bolsonaro.
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Pedro Augusto é formado em Jornalismo, já escreveu para outros sites conservadores, possui redes sociais sobre história, é viciado em livros e em breve estará cursando Teologia. |
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